O Ministério da Administração Interna (MAI) negou as acusações de Margarida Belém, presidente da Câmara de Arouca, de que a ministra Margarida Blasco teria o telemóvel desligado na fase inicial do incêndio no município.
Num esclarecimento partilhado com o Observador, o gabinete de Margarida Blasco diz que foi “com total surpresa” que tomou conhecimento de que a autarca “terá tentado contactar” a ministra — “sem temporalizar o momento em que tal terá acontecido” — “e não terá conseguido”.
“Assim, de imediato, foi tentado o contacto direto com Margarida Belém, quer para o seu telemóvel, quer para os Paços do Concelho de Arouca. No entanto, em momento algum os telefones foram atendidos, pese embora a insistência”, afirma o Ministério da Administração Interna, que acrescenta que ainda não conseguiu “esclarecer a situação” com a autarca.
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O MAI vai mais longe e indica que, ao longo dos dias, “vários foram os telefonemas e contactos recebidos pela ministra, não se localizando sinal da tentativa de contacto referida”. “Estamos certos de que se tratará de alguma falha nas ligações que em breve será esclarecida e ultrapassada”, aponta o ministério, que diz estar “ao serviço do país e disponível para o contacto” com os autarcas.
Já durante uma conferência de imprensa ao final do dia, a ministra foi mais longe na explicação e garantiu não ter recebido sequer a referida chamada. “Verifiquei que não tenho esse telefonema. Ou seja, o número de telefone que lhe foi dado não era o meu”, respondeu aos jornalistas.
A resposta do Ministério da Administração Interna surge depois de Margarida Belém ter dito que sentiu falta de apoios na fase inicial do incêndio em Arouca, município da Área Metropolitana do Porto e no centro do concelho do distrito de Aveiro.
A autarca disse mesmo que Margarida Blasco tinha “efetivamente, o telemóvel desligado”. “Estivemos efetivamente isolados e sozinhos no primeiro dia e na primeira noite de combate”, acusou. Por outro lado, em declarações transmitidas pela RTP, Margarida Belém disse ter contactado também o ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que “esteve sempre com o telemóvel ligado”.