Um juiz recusou na quarta-feira conceder uma caução a Sean “Diddy” Combs, argumentando que o Ministério Público apresentou “provas claras e convincentes” sobre uma possível interferência com as testemunhas.
O juiz distrital Andrew L. Carter proferiu a decisão depois de os procuradores e os advogados de defesa terem apresentado argumentos em relação à uma caução de 50 milhões de dólares que permitiria a Combs ser colocado em prisão domiciliária com vigilância por GPS e limitações rigorosas sobre quem o poderia visitar. O Ministério Público acusou o músico de tráfico sexual, extorsão e outros crimes.
Numa primeira audiência na terça-feira, um outro juiz já havia negado a fiança ao magnata musical. Combs, de 54 anos, declarou-se inocente na terça-feira, depois de o Ministério Público o ter acusado de usar o seu “poder e prestígio” para induzir vítimas femininas — que eram drogadas — e trabalhadores do sexo masculino a realizarem performances sexuais, chamadas de “Freak Offs”.
A acusação alega que o magnata da música coagiu e abusou de mulheres durante anos, com a ajuda de uma rede de associados e funcionários, enquanto usava chantagem e atos violentos, incluindo raptos, incêndios criminosos e espancamentos físicos, para impedir as vítimas de se manifestarem.
Combs está sob custódia federal desde a sua detenção na noite de segunda-feira num hotel em Manhattan.
Em março, duas propriedades de ‘Diddy’ foram alvo de buscas em Los Angeles e Miami, no âmbito de uma investigação sobre tráfico sexual. As buscas foram realizadas por agentes federais do gabinete de Investigações e Segurança Interna como parte de uma investigação das autoridades federais de Nova Iorque.
Nos últimos meses, vários processos foram abertos contra o artista por alegadas agressões sexuais. Em novembro, foi alvo de uma denúncia de violência física durante anos pela cantora de R&B Casandra Venura, cujo nome artístico é Cassie.
Combs está no Centro de Detenção Metropolitano, prisão na zona portuária de Brooklyn, em Nova Iorque, para onde foi levado após ter sido acusado de vários crimes.
A prisão, que tem cerca de 1.200 reclusos, é alvo de queixas frequentes por parte dos advogados e de alguns juízes de que está sobrelotada, que é violenta e negligenciada.
Anteriormente conhecido como Puff Daddy, Combs é um dos produtores e artistas de hip-hop mais influentes das últimas três décadas e construiu um dos maiores impérios ligado a este género musical com diversas entidades ligadas ao seu nome.
É fundador da Bad Boy Records e vencedor de três Grammy, tendo trabalhado com diversos outros artistas de renome, tais como Notorious B.I.G., Mary J. Blige, Usher, Lil Kim, Faith Evans e 112.
Criou ainda a linha de vestuário Sean John, lançou o canal de música Revolt TV e produziu o reality show Making the Band para a MTV.