O Sporting vai abrir o capital da SAD de forma minoritária a um parceiro estratégico. A novidade foi adiantada esta quinta-feira por André Bernardo, vice-presidente leonino, na apresentação do Plano Estratégico 24/34 do clube, que elenca as propostas e os objetivos para a próxima década.
“Um parceiro que não só injeta a parte financeira, é um parceiro que vai criar valor porque está alinhado com a nossa estratégia e vai mitigar todos os desafios que temos”, explicou André Bernardo no Auditório Artur Agostinho, em pleno Estádio José Alvalade, numa apresentação que contou com a comunicação social, mas também com a presença de dezenas de funcionários do Sporting.
De recordar que, na semana passada, também Frederico Varandas tinha antecipado que o Sporting — que atualmente detém 88% do capital da SAD leonina — estava aberto à entrada de um parceiro estratégico minoritário. “Já temos delineado no nosso projeto que o Sporting está preparado para estarmos abertos a um parceiro estratégico que possa alavancar o nosso projeto desportivo, se os sócios assim o quiserem. Os moldes são sempre que o clube mantenha a maioria do capital da SAD, mas a palavra será dos sócios. Não existe nada, estamos apenas preparados. Percentagem? Defendemos que o clube mantenha a maioria”, disse, na altura, o presidente dos leões.
Outra das principais novidades apresentadas por André Bernardo passa por um princípio de acordo com o intuito de comprar o Alvaláxia, o espaço comercial alocado ao Estádio José Alvalade vendido em 2006 — na altura, em conjunto com o edifício Visconde de Alvalade, a clínica da CUF e ainda o health club. Segundo o vice-presidente, a decisão pretende renovar e remodelar o espaço, melhorando a experiência do dia de jogo, e mudar o Museu para aquele local.
O plano estratégico do Sporting para a próxima década tem como lema “Future is Coming” e pretende entrar numa “Nova Era 2.0”. A partir daí, os leões desenharam três principais objetivos: o breakeven operacional, para garantir “um futuro sustentável, competitivo e resiliente”, a escalabilidade, para limitar os “desafios de escalabilidade relacionados com a dimensão e as características inerentes ao mercado português”, e ainda a diferenciação para “obter vantagem competitiva”.
Para além da entrada de um parceiro minoritário na SAD e da compra do Alvaláxia, grande parte do plano do Sporting para a próxima década prende-se com a melhoria da experiência de um dia de jogo no Estádio José Alvalade. Assim, para além do já anunciado fecho do fosso que vai permitir a criação de novos dois mil lugares, os leões revelaram que vão abrir um concurso para uma reestruturação e recuperação profunda do estádio e apontaram vários planos.
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Desde logo, a segmentação do Estádio José Alvalade em cinco zonas — Emerald, Diamond, Platinum, Gold e Silver –, para “simplificação e optimização do entendimento, comunicação e experiência dos sócios, adeptos e parceiros”. Depois a criação de suites, lugares executivos, lounges, loges, um lion’s corner com bar no local onde estava um dos ecrãs gigantes, lugares de pitch view acima do banco de suplentes ao estilo NBA e ainda a possibilidade de acompanhar de perto a passagem dos jogadores pelo túnel de acesso ao relvado.
No que toca à Academia, André Bernardo não deu pormenores mas projetou novidades e mudanças tanto nas infraestruturas de Alcochete como na própria dinâmica do scouting leonino. Por fim, o vice-presidente do Sporting anunciou parcerias inovadoras a nível europeu com os projetos Parc des Revês, que vai incluir a reabilitação de um campo de futebol de rua no Bairro da Cruz Vermelha, e Fundação Goleadoras, que tem como objetivo a promoção do futebol feminino em bairros sociais.