Pela oitava edição consecutiva, a Seleção Nacional apurou-se para as meias-finais do Campeonato do Mundo de hóquei em patins. Porém, o grande objetivo passava por alcançar a quarta final sofrida e reconquistar um troféu perdido para a Argentina em 2022. Nos quartos de final, França foi um rival à altura da equipa de Paulo Freitas que, apesar do equilíbrio e de só ter garantido a vitória nos últimos segundos, esteve quase todo o desafio em vantagem. Esse era um grande indicador antes de mais um grande clássico com nuestros hermanos.

Quatro tiros chegaram para evitar um galo destemido: Portugal supera França e vai defrontar Espanha nas meias-finais do Mundial

“Espero uma Espanha diferente, obviamente, da seleção francesa, com um conjunto de dificuldades diferentes, mas também com um conjunto de oportunidades diferentes. Posso dizer-vos que não pensei minimamente na Espanha [antes dos quartos de final]. Tenho estado a observar, naturalmente, tenho visto jogos da Espanha, conheço bem a dinâmica do seu treinador, já fomos adversários e já nos defrontámos muitas vezes, conheço a sua mentalidade, a sua forma de jogar. Portanto, a partir de agora, é chegar ao hotel e começar de imediato a trabalhar para passar um conjunto de informação de qualidade aos atletas”, assumiu o selecionador depois do triunfo ante os gauleses.

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Ao contrário de outros anos, Portugal e Espanha só se tinham enfrentado uma vez em 2024, com o triunfo a sorrir aos portugueses no Torneio de Montreaux (4-2). Mesmo depois de ter desiludido no último Mundial, os espanhóis superiorizaram a turma lusitana na final do último Campeonato da Europa e apresentavam em Novara a mesma base dessa conquista, destacando-se apenas o regresso de Ignacio Alabart, que falhou o Europeu por lesão.

Como seria de esperar, Paulo Freitas apresentou um cinco inicial composto por Ângelo Girão, Zé Miranda, Hélder Nunes, Rafa Costa e João Rodrigues, relegando Gonçalo Pinto e Gonçalo Alves para o banco. A partida acabou por começar com um atraso superior a dez minutos, depois de os jogadores de Portugal se terem apresentado em campo com as camisolas repetidas, e não contou com a habitual cerimónia dos hinos. Colmatado esse problema, a primeira ameaça pertenceu à seleção espanhola, que, por via de um remate de Nil Roca, obrigou Girão a defender com a máscara (3′). Portugal tentou a resposta de pronto, mas Zé Miranda não ultrapassou a defesa adversária.

O jogo continuou equilibrado e, com um remate cruzado à entrada da área, Hélder Nunes viu a bola passar ligeiramente ao lado (12′). Na resposta, Pau Bargalló acertou em cheio na barra da baliza nacional (13′). A Seleção Nacional reagiu bem a essa oportunidade e, depois de uma triangulação com Gonçalo Alves e Zé Miranda, Hélder Nunes fez o golo inaugural, mas não teve tempo para festejar (16′). Na sequência do lance, Nil Roca agrediu o jogador do FC Porto, acertando-lhe com o stick na face, num lance que passou incólume à equipa de arbitragem. Pouco depois, Xavi Cardoso dilatou a vantagem com um grande remate (17′).

Contudo, a reação espanhola surgiu da mesma forma e foi muito repentina. Primeiro, Alabart colocou a bola para Marc Grau encostar ao segundo poste (17′). Logo a seguir, o jogador do Barcelona voltou a aparecer com um remate fortíssimo para o fundo das redes (18′). Com o jogo empatado e a apatia a imperar na equipa portuguesa, Paulo Freitas pediu uma pausa técnica, mas a equipa não melhorou e, através de um lance individual de Alabart (19′), permitiu a reviravolta. Porém, a reação acabou por aparecer e, através de um grande remate de Hélder Nunes, de fora da área e que foi desviado por Gonçalo Pinto, Portugal voltou a empatar a partida (23′). Contudo, à beira do intervalo, Pau Bargalló fez o 3-4 (24′).

Na segunda metade, a partida continuou a não correr de feição para a Seleção Nacional que, numa das poucas vezes que conseguiu quebrar a organização espanhola, acertou no poste da baliza de Carles Grau, por Zé Miranda (35′). Apesar das dificuldades, Portugal empatou novamente o jogo, com Hélder Nunes a embater na tabela e a surpreender o guarda-redes espanhol (40′). Pouco depois, Espanha chegou às dez faltas e Gonçalo Alves assumiu o livre direto, mas Grau defendeu (41′). Portugal continuou a pressionar mas, na ponta final, Bargalló fez o 4-5 com um remate de longe (48′). Apesar da desvantagem, a Seleção não baixou os braços e, sete segundos depois, Zé Miranda fez o empate de igual forma (49′) e levou o jogo para o prolongamento (5-5).

Depois de o empate ter persistido na primeira metade do tempo extra, Hélder Nunes abriu a segunda parte com um remate perigosíssimo ao poste da baliza de Grau (46′). Na oportunidade seguinte, Gonçalo Alves obrigou o catalão a uma grande parada com a luva esquerda (48′). No último minuto, foi a vez de Girão impedir o golo espanhol (50′), confirmando a decisão nos penáltis. No desempate, Espanha foi mais forte. Portugal só conseguiu marcar por João Rodrigues e caiu por 1-2, fruto dos golos de Martí Casas e Bargalló.