O Tribunal da Justiça de Pernambuco (TJPE), no Brasil, decretou esta segunda-feira a prisão de Gusttavo Lima. A prisão acontece no âmbito da Operação Integration, que “investiga suposta organização criminosa que atua em jogos ilegais e lavagem de dinheiro”, reporta a Folha de S. Paulo. O cantor de sertanejo conquistou fama internacional desde o single Balada, do álbum Gusttavo Lima e Você, em 2011.

O processo tramita em sigilo, mas a Folha teve acesso à decisão, que revela que a juíza acatou o pedido da Polícia Civil de Pernambuco e rejeitou os argumentos do Ministério Público de Pernambuco, que “tinham pedido a substituição de prisões preventivas por outras medidas cautelares”.

“É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [ndr: nome verdadeiro de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado”, escreveu a juíza, citada pela Folha.

“A Balada Eventos e Gusttavo Lima não fazem parte de nenhum esquema de organização criminosa de jogos ilegais e lavagem de dinheiro”, contesta a defesa, citada pelo mesmo jornal. Até à data, o cantor ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto ou à imprensa brasileira.

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A Operação Integration já levou à detenção da advogada e influencer brasileira Deolane Bezerra por suspeitas de movimentar cerca de três mil milhões de reais (cerca de 487 milhões de euros) num “esquema de lavagem de dinheiro de jogos de azar”. Durante a operação, a 4 de setembro, foi apreendido um avião que pertencia a uma empresa de Gusttavo Lima, a Balada Eventos e Produções. Na altura, o cantor recorreu às redes sociais para defender que “não tem nada a ver” a aeronave, que foi “vendida no ano passado”.

“O bebé não pode pegar uma semana de descanso! Estão a dizer aí que o meu avião foi preso, gente… Eu não tenho nada a ver com isso, me tira fora disso. Esse avião foi vendido no ano passado. Honra e honestidade foram as únicas coisas que sempre tive na minha vida, e isso não se negocia”, escreveu.

Considerado o “príncipe do Sertanejo”, Gusttavo Lima é uma das principais figuras da música brasileira. Já atuou em Portugal por diversas vezes, última ocasião foi no mês passado, em Gondomar e em Lisboa. Em 2018, o cantor declarou publicamente o apoio ao então candidato do Partido Social Liberal, Jair Bolsonaro.