Continuam em uso pelos alunos portugueses vários manuais escolares que tiveram como autora uma polémica professora de Matemática que foi recentemente expulsa do ensino pelo Ministério da Educação por ter falsificado as suas habilitações literárias, noticia a CNN Portugal, citando a editora responsável pelas publicações.
Em causa está uma história trazida a lume há dias pelo jornal Público: Paula Pinto Pereira deu aulas durante mais de 30 anos apesar de não ter as habilitações literárias necessárias para o efeito. Fez uma longa carreira no ensino, sendo reconhecida e apreciada por alunos, pais e colegas. Agora, sabe-se que não concluiu a formação universitária, apresentou certificados falsos e o Ministério da Educação expulsou-a, exigindo-lhe 350 mil euros.
Durante a carreira, Paula Pinto Pereira foi coautora de vários manuais escolares que, diz agora a CNN Portugal, continuam em utilização nas escolas portuguesas.
Os livros foram editados pela Raiz Editora, que confirmou essa informação à estação televisiva. “Os dois manuais escolares de Matemática referidos foram alvo de revisão científica, pelo que a qualidade e o rigor dos seus conteúdos foram certificados e sempre estiveram salvaguardados”, diz a editora, referindo-se aos manuais “Novo Ípsilon” para os 11.º e 12.º anos de escolaridade (e respetivos cadernos de atividades e manuais de preparação para os exames nacionais).
Paula Pinto Pereira deu aulas desde 1988 e apresentou sempre documentos falsos para comprovar as suas habilitações literárias. Uma investigação concluiu que, na verdade, nunca concluiu qualquer curso — embora a antiga professora insista que é licenciada e mestre. Agora, está a ser investigada por suspeitas de burla qualificada.
O Ministério da Educação explicou ao jornal Público que Paula Pinto Pereira esteve durante toda a carreira na mesma escola, razão pela qual esteve “menos exposta a mecanismos e momentos de análise e verificação de documentos”.
