Fiabilidade era quase o nome do meio de Miguel Oliveira quando chegou ao MotoGP ou não tivesse o piloto português ascendido do Moto2 à principal categoria com uma série de 37 corridas consecutivas sempre a cruzar a linha de meta com seis vitórias e 20 pódios entre 2017 e 2019. Nessa época de estreia, e depois de prolongar essa marca para as 48 provas seguidas sem desistências, uma queda na Grã-Bretanha fez com que mudasse esse cenário. No final da temporada, a pior notícia: uma saída de pista depois de uma rajada de vento que alterou a linha que estava a traçar fez com que tivesse uma lesão com alguma gravidade no ombro que levou a que falhasse não só o Grande Prémio da Austrália mas também da Malásia e de Valência. No ano passado, aquele de todos os azares, nova contrariedade com uma queda que provocou uma fratura do ombro e fez com que não estivesse nas últimas duas corridas (Qatar e Valência). Agora, surge nova baixa.

Não é para quem quer, é para quem pode: Miguel Oliveira faz história em Mandalika e vence Grande Prémio da Indonésia

Ainda nos treinos livres do Grande Prémio da Indonésia, pista que irá marcar a passagem do MotoGP para Ásia e Oceânia depois de 11 corridas em solo europeu, Miguel Oliveira sofreu uma violenta queda, não voltou à pista e a passagem pelo posto médico com posterior realização de exames acabou por confirmar o pior dos cenários: fratura no pulso direito, ausência confirmada em Mandalika e provável baixa também no Japão, na próxima semana. Desta forma, e no melhor dos cenários, o regresso poderá ser apenas na Austrália.

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Depois do regresso ao top 10 no Grande Prémio da Emília-Romanha, o português da Trackhouse Racing, que ocupa o 14.º posto do Mundial, apostava forte numa prova que traz grandes recordações depois de ter sido o primeiro vencedor no traçado de Mandalika em 2022, fazendo uma autêntica serenata à chuva quando estava ainda ligado à KTM com uma moto de fábrica. Na última época Miguel Oliveira não passou da 12.ª posição mas os indicadores que trazia das corridas na Europa permitiam sonhar não só com novo top 10 mas também com a possibilidade de ir reduzindo a distância para o top 10 (Fabio Di Giannantonio a 50 pontos, com Marco Bezzecchi, Franco Morbidelli e Fabio Quartararo pelo meio). Essa ambição terá acabado hoje.

Mais um domingo, mais pontos para o bolso: Miguel Oliveira é 10.º no GP da Emilia-Romagna

“As expectativas para o fim de semana nada têm a ver com a vitória de há dois anos mas creio que chegamos aqui a um bom lugar para a moto. Pelo menos o ano passado os dois pilotos de fábrica foram muito competitivos. Não conseguimos usar o pneu médio na corrida principal e creio que isso nos custou um bom resultado mas estamos muito mais otimistas com esta moto e vamos ver se conseguimos conjugar tudo”, tinha comentado Miguel Oliveira durante uma semana onde foi muito recordado o triunfo conseguido em 2022 debaixo de um autêntico dilúvio que retardou o arranque da prova (e chegou mesmo a ameaçá-la).

“O Miguel sofreu uma fratura no pulso direito. Está a realizar uma TAC a três dimensões no hospital em Mataram para avaliar a necessidade de cirurgia. Assim que pudermos, daremos mais informações”, referiu a Trackhouse Racing em comunicado, confirmando a ausência do português no Grande Prémio da Indonésia que deverá prolongar-se depois pelo menos até ao Japão, no próximo fim de semana. “O Miguel foi transferido para o centro médico do circuito [de Mandalika], onde se confirmou que o pulso direito estava fraturado. Foi transportado depois de helicóptero para o hospital de Mataram para um exame mais completo, que permitiu determinar que houve fraturas múltiplas no osso rádio. A fratura foi estabilizada com sucesso, o piloto está consciente e voará para Portugal para efetuar uma consulta de cirurgia”, acrescentou horas depois a equipa norte-americana, sem referir nunca o possível tempo de ausência do português.