A greve dos médicos dos cuidados de saúde primários foi desconvocada nos Açores e na Madeira devido aos processos negociais em curso naquelas regiões, anunciou este sábado a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
De acordo com um comunicado da estrutura, os sindicatos que formam aquela federação decidiram cancelar a greve nos arquipélagos “considerando as especificidades destas regiões autónomas no que respeita aos processos negociais coletivos que ali decorrem”.
A FNAM realça que as negociações nas duas regiões autónomas acontecem “sem qualquer rutura contrariamente à falta de diálogo negocial do ministério da Saúde e principalmente da ministra da Saúde” Ana Paula Martins.
A federação diz não querer “comprometer o bom andamento do processo negocial em curso” nos Açores e Madeira e recordam que um dos “objetivos principais da greve decretada é obter o reinício das negociações com o ministério da Saúde e não com os Governos das regiões autónomas”.
Na terça-feira, médicos de todo o país estiveram concentrados em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, numa manifestação para exigir melhores condições de trabalho e salariais e um Serviço Nacional de Saúde mais forte para responder à população.
“O povo merece o SNS”, “Não calamos, não calamos a saúde é de todos” e “Ana chegou e a saúde já piorou” são algumas palavras de ordem cantadas em uníssono pelos médicos presentes no protesto que assinala a greve de dois dias convocada pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam).
No dia seguinte, quarta-feira, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), Joana Bordalo Pinheiro, admitiu, no Porto, uma paralisação conjunta dos profissionais de saúde, caso “nada seja feito” para resolver os problemas do setor.