Quando Antoine Griezmann falhou a concentração da seleção francesa em dois particulares em março por uma lesão no tornozelo, chegou ao fim um tempo. Um tempo onde, ao longo de 84 encontros consecutivos, o nome do avançado esteve sempre na ficha de jogo dos bleus, quase como se existisse uma obrigatoriedade de ser ele e mais dez em qualquer compromisso. Regresso depois em maio/junho, fez o Campeonato da Europa em que a equipa liderada por Didier Deschamps caiu nas meias-finais com a Espanha, ainda começou a Liga das Nações. Agora, depois do fim de um tempo, acabou também uma era na seleção gaulesa.

“É com o coração cheio de memórias que encerro esta capítulo da minha vida. Obrigado por esta aventura magnífica. Vejo-vos em breve”, escreveu o jogador de 33 anos do Atl. Madrid, que terminou os dez anos de passagem pelo conjunto principal de França com um total de 137 encontros, 44 golos e 38 assistências, sagrando-se não só campeão mundial em 2018 e vencedor da Liga das Nações em 2021 mas ainda finalista vencido no Europeu de 2016 organizado no país e ganho por Portugal. Em paralelo, e por esses desempenhos nos bleus, Griezmann terminou em duas ocasiões a corrida à Bola de Ouro na terceira posição (2016 e 2018).

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Nascido na cidade francesa de Macôn, Griezmann tem raízes alemãs do lado do pai, Alain, e portuguesas por parte da mãe, Isabelle, filha de um antigo guarda-redes do P. Ferreira, Amaro Lopes (daí que costumasse vir de férias ao país e chegasse mesmo a ser cogitado para as camadas jovens nacionais, o que nunca chegou a acontecer). Depois de ter passado pelo modesto Mâcon, o dianteiro rumou a Espanha com apenas 14 anos, fez grande parte da formação na Real Sociedad e chegou ao Atl. Madrid em 2014, ano em que teve a primeira internacionalização pelo conjunto principal de França. O francês passou ainda pelo Barcelona entre 2019 e 2022, tendo depois regressado à capital espanhola para representar os colchoneros, sendo um dos jogadores com mais encontros no clube desde que Diego Simeone assumiu o comando da equipa.

Griezmann, o francês com raízes portuguesas e alemãs que joga em Espanha mas gosta é do Uruguai (e do compadre Godín)

Antoine Griezmann esteve presente ao longo de dez anos em três Campeonatos do Mundo (além do triunfo em 2018 na Rússia, foi finalista vencido em 2022 no Qatar) e três Europeus, além da Final Four da Liga das Nações de 2021 que terminou com um triunfo diante da Espanha na decisão realiza em San Siro.