Os trabalhadores não docentes realizam esta sexta-feira uma greve nacional por melhores condições, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) que encerrou muitas escolas pelo país.
A greve dos trabalhadores não docentes obrigou ao fecho das cinco escolas do Agrupamento Dona Mafalda, em Gondomar, “e de muitas outras pelo país fora”, disse o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte.
“Estas [do agrupamento] estão todas fechadas como se previa. Este é também um dos concelhos onde há mais falta de trabalhadores. Mas há mais e muitas pelo país todo (…). Os trabalhadores [não docentes] estão tristes porque veem algumas carreiras a serem valorizadas, nomeadamente na educação, mas eles nada”, disse Orlando Gonçalves, do STFPSN.
A greve será marcada por uma manifestação em Lisboa, com a concentração agendada para as 14h30 junto à Basílica da Estrela, para uma marcha até ao edifício do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, que funciona junto à Avenida 24 de Julho.
Os trabalhadores não docentes exigem a criação de carreiras especiais, aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
Na quarta-feira, Artur Sequeira, dirigente do FNSTFPS, antecipou uma greve muito participada, que levará ao encerramento da maioria das escolas, mantendo-se abertas apenas uma minoria que não conseguirá garantir a segurança dos alunos.
A FNSTFPS também pede uma revisão da portaria de rácios que aumente o número de trabalhadores, defendendo que é preciso desenhar uma portaria que “não seja baseada em princípios economicistas mas sim em números reais para que a escola pública possa ser de qualidade”.
O fim da precariedade e um reverso no processo de municipalização são lutas dos trabalhadores, que lembram que “neste momento, a escola pública tem uma leitura de 297 municípios, em que cada um vê a escola à sua maneira”, além de as escolas estarem dependentes do orçamento das autarquias: “As que têm muito dinheiro podem fazer algumas coisas, mas depois há outras que não podem”, alertou.
Na sequência do processo de descentralização, os trabalhadores não docentes passaram a ser contratados pelas autarquias, mas o próprio ministro da educação já defendeu a necessidade de repensar a situação desses profissionais.
Numa carta enviada aos não docentes no início do ano letivo, Fernando Alexandre referia que o seu ministério iniciará trabalhos com a Associação Nacional de Municípios Portugueses e com representantes sindicais.