Primeiro e sempre, a era dos resultados. Depois, o cruzamento das mais variadas informações incluindo as ligações prévias aos clubes. Pelo meio, questões salariais, entrevistas de emprego e aquilo que se denominou como “nomes da moda”. A forma como uma equipa escolhe um treinador foi evoluindo ao longo dos tempos, sendo que a parte de data ganhou peso, num fenómeno cada vez mais presentes nos principais campeonatos da Europa. Inglaterra, que tem a maior liga do mundo, não é exceção. Pelo contrário. E, de forma natural, a série de cinco encontros consecutivos sem ganhar de Erik ten Hag levou a que surgissem estudos sobre quem seria o melhor sucessor do neerlandês no Manchester United. Nome de novo presente? Rúben Amorim.

O trabalho apresentado esta semana pela Carteret Analytics, uma empresa de consultoria independente com análise quantitativas e de data para o mundo desportivo e empresarial, recupera a figura do treinador do Sporting à semelhança do que tinha acontecido no final da última temporada perante o anúncio da saída de Jürgen Klopp do Liverpool. “Será ainda melhor do que na realidade?”, questiona essa parte do estudo sobre o português, assumindo a experiência do técnico em ligas menos competitivas (neste caso, a Primeira Liga) que também está vertida nos números entre elogios a pontos coletivos como a “Inteligência Estratégica”, o “Comando Tático” e o “Rácio de Criação de Remates” e à forma como o seu 3x4x3 estava trabalhado.

“Amorim é um treinador que tem demonstrado um elevado nível de desempenho objetivo ao longo de várias épocas, com uma abordagem para montar equipas e transformar o rumo de um jogo que pode ser igual ou melhor do que Klopp. Quando também se tem em conta um estilo de jogo adequado à atual equipa do Liverpool e às expetativas dos adeptos, Amorim torna-se uma opção muito atrativa como próximo treinador do Liverpool”, completava depois de toda a análise onde estavam também técnicos como Arne Slot (que era treinador do Feyenoord e sucedeu ao alemão), Xabi Alonso, Julian Nagelsmann, Roberto De Zerbi, Thomas Tuchel e Ange Postecoglou. Agora, muda o clube mas não o nome. Pelo contrário.

Num estudo que começou a ser difundido pelo The Sun mas rapidamente chegou a outros meios, são 12 os nomes colocados em análise entre os quais o próprio Erik ten Hag. Atrás do neerlandês, de acordo com toda a análise feita pela Carteret Analytics, ficam o antigo selecionador inglês Gareth Southgate, Graham Potter, Michael Carrick, Roberto De Zerbi e Thomas Frank; à sua frente encontram-se Rúben Amorim, Zinedine Zidane, Simone Inzaghi, Thomas Tuchel, Kieran McKenna e Ruud van Nistelrooy… que é adjunto de Ten Hag. No entanto, há uma outra “novidade”: pela primeira vez, o português está no topo da lista.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Os gurus de data da Carteret Analytics analisaram os números e descobriram quem seria a pessoa ideal para assumir o comando do United. Rúben Amorim sai no topo da lista. Ironicamente, o técnico do Sporting era um alvo do Liverpool quando substituiu Jürgen Klopp antes de escolher Arne Slot. Agora, se os dirigentes do United olharem para os números, poderá ser procurado para o potencial lugar em Old Trafford”, refere, especificando depois alguns pontos em que o treinador dos verde e brancos consegue ganhar “vantagem”.

Um desses parâmetros volta a ser a “Inteligência Estratégica”, uma parte que analisa a capacidade de um treinador preparar a equipa para ser melhor e chegar à vitória. Aliás, ainda no mesmo estudo, esse é um dos pontos determinantes para que Amorim surja no topo da lista, destacando-se depois em noutras questões como “Comando Tático”, “Coeficiente de ataque” e “Conversão de remates”. Recordando de novo o 3x4x3 utilizado por Rúben Amorim no Sporting, a forma como os leões conseguem ter um futebol sempre ofensivo, neste caso até em contraponto à atual versão do 4x2x3x1 do United, merece também elogios.

De recordar que Erik ten Hag irá reunir esta semana com os responsáveis dos red devils de Bruno Fernandes e Diogo Dalot, numa altura em que o Manchester United atravessa uma série de cinco encontros consecutivos sem vitórias. Ao todo, e numa época onde se esperava finalmente um salto qualitativo com o neerlandês, a equipa ganhou apenas três dos 11 jogos realizados, ocupa o 14.º lugar da Premier League já a dez pontos do líder Liverpool, leva dois empates no grupo da Liga Europa frente ao Twente e ao FC Porto e começou a temporada a perder a Supertaça no desempate por grandes penalidades com o rival City.