Os distritos de Braga e Viana do Castelo mantêm-se sob aviso laranja por causa da chuva, do vento forte e agitação marítima, numa altura em que já se fazem sentir os efeitos da tempestade Kirk, segundo o IPMA. Estes dois distritos vão estar sob aviso laranja por causa da chuva e vento fortes até às 9h desta quarta-feira e de agitação marítima até às 00h de quinta-feira.

Também os distritos do Porto e Aveiro estão sob aviso laranja devido ao vento e agitação marítima. Bragança, Viseu, Guarda e Vila Real estão sob aviso laranja até às 12h por causa do vento. Ainda sob aviso laranja, mas por causa da agitação marítima estão os distritos de Faro, Setúbal, Lisboa, Leiria, Beja e Coimbra até às 00h de quinta-feira.

O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA informou em comunicado que a tempestade Kirk deverá deslocar-se para nordeste e deverá passar a noroeste da Península Ibérica, após passar a norte do arquipélago dos Açores, estando no ponto mais próximo do continente às 7h desta quarta-feira.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência Proteção Civil, entre as 18h00 de terça-feira e as 07h00 desta quarta-feira registaram-se 567 ocorrências relacionadas com o vento forte, a grande maioria quedas de árvores.

“Entre as 18h00 de ontem [terça-feira], quando começou o quadro meteorológico mais adverso, e as 07h00 de hoje temos o registo de 567 ocorrências, sobretudo relacionadas com o vento, sendo 404 quedas de árvores, 14 inundações, 20 limpezas de via, 116 quedas de estruturas e 13 movimentos de massa”, disse à Lusa José Costa, oficial de operações na ANEPC. Nestas ocorrências foram empenhados 1.805 operacionais e 627 meios terrestres. “As áreas mais afetadas foram a Área Metropolitana do Porto, Alto Minho e Sub-Região do Cávado”, adiantou.

Portugal continental já resgitava entre as 12h e as 23h desta terça-feira 182 ocorrências devido ao mau tempo, a maioria devido ao vento forte que está a afetar sobretudo a zona Norte do país, adiantou à Lusa a Proteção Civil.

A maioria (82) foram quedas de árvores, seguido de 37 ocorrências por quedas de estruturas, estas devido sobretudo ao vento forte.

Registaram-se ainda 36 ocorrências de limpezas de via, 17 por inundações e 10 por movimentos de massa. As regiões mais afetadas são a Área Metropolitana do Porto, a sub-região do Cávado e Alto Minho, detalhou. Foram mobilizados para estas ocorrências 612 operacionais, apoiados por 223 meios terrestres. A ANEPC destacou ainda que até ao momento não tem indicação de vítimas ou danos significativos, sendo que “nenhuma ocorrência destas teve um critério de relevância”.

[Já saiu o segundo episódio de “A Grande Provocadora”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de Vera Lagoa, a mulher que afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio.]

A mesma fonte da ANEPC apontou ainda as recomendações à população já emitidas, lembrando que nas próximas horas estão em vigor vários alertas meteorológicos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Alerta da Proteção Civil por causa da tempestade Kirk. Cuidado ao conduzir: há perigo de ser arrastado pelo vento e lençóis de água

Num aviso à população, a ANEPC recomendou esta terça-feira à população, em particular à das zonas historicamente mais vulneráveis e nas áreas afetadas pelos incêndios rurais, que tome medidas preventivas face à previsão de fortes chuvas, ventos e agitação marítima, e precauções na circulação.

Segundo a ANEPC, é expectável a ocorrência de inundações em zonas urbanas e de cheias, e movimentos de massa (como deslizamentos e derrocadas) motivados pela infiltração da água, fenómeno que pode ser potenciado pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais.

Segundo o IPMA, a tempestade Kirk deverá deslocar-se para noroeste da península ibérica, após passar a norte do arquipélago dos Açores, e aproximar-se do continente na manhã de quarta-feira, depois do agravamento das condições meteorológicas já registado na tarde desta terça-feira.

A autoridade referiu que o eventual impacto destes efeitos meteorológicos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados.

Em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, e nas áreas afetadas pelos incêndios rurais, que ficaram sem coberto vegetal e com cinza acumulada à superfície, que funciona como uma matéria impermeável, mais expostas e vulneráveis à precipitação, a ANEPC recomenda medidas preventivas, como garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas.

Recomenda ainda à população que garanta uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas, e que tenha especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte.

A adoção de uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e com especial cuidado a lençóis de água nas vias, e não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas, são outras das recomendações.

Outros efeitos expectáveis, conclui, são a contaminação de fontes de água potável por inertes resultantes de incêndios rurais e o arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte, que podem causar acidentes com veículos em circulação ou transeuntes na via pública.