Uma “grande praça” nascerá junto à estação de metro D. João II, em Gaia, para receber a estação ferroviária de alta velocidade de Santo Ovídio, que será subterrânea, segundo um relatório a que a Lusa teve acesso.
“Na área norte, o projeto propõe uma grande praça, que permite o acesso ao Edifício de Passageiros e a ligação direta à estação de metro de D. João II (linha amarela)”, pode ler-se no relatório de análise e avaliação de propostas para o primeiro troço da linha de alta velocidade (Porto – Oiã), neste caso referente à estação de Gaia.
De acordo com o mesmo documento, “a rematar a praça e a enquadrar o acesso à estação é proposta uma volumetria de doze pisos, o edifício de escritórios, cuja elegante proporção se relaciona com as volumetrias das edificações existentes, bem como com as novas volumetrias e arruamentos propostos nos princípios orientadores do Plano de Pormenor de Santo Ovídio”.
Já na área sul do conjunto da estação, que será subterrânea, “o projeto propõe uma volumetria de oito pisos”, conforme previsto no Plano de Pormenor, “através do qual se faz o acesso ao Átrio de Passageiros Sul da estação”.
“Esta nova volumetria, proposta à face das ruas Conceição Fernandes e Coats & Clark, relaciona-se com as volumetrias existentes na Avenida da República, rematando o quarteirão e marcando o ponto de entrada para a nova estação”, refere o documento.
Os poços das duas entradas para a estação subterrânea terão “diâmetro suficiente para serem ambos equipados com um mínimo de três escadas rolantes para acesso a cada plataforma e, nos níveis superiores, com quatro escadas rolantes, garantindo, desta forma, espaços generosos nas comunicações verticais da estação”.
Haverá ainda uma ligação à estação de metro de Santo Ovídio, em que o corredor de ligação “apresenta uma configuração mais sinuosa e com recantos na sua geometria, resultado das condicionantes locais à sua implementação, ainda que permitindo uma utilização totalmente segura”.
“A solução proposta para a ligação à plataforma nascente da estação de metro de Santo Ovídio foi desenvolvida visando permitir a sua futura extensão, sob o túnel rodoviário da Avenida da República, à plataforma poente dessa linha e às plataformas da linha rubi”, refere o documento.
Porém, essa extensão “não integra o objeto da concessão, pelo que não foi considerada para efeitos da avaliação” do relatório.
Além da “grande praça” agora conhecida para D. João II, está também prevista no plano de pormenor a redução da “proeminência viária” da Rotunda de Santo Ovídio, transformando-a numa praça.
Em julho, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues (PS), disse que a autarquia iria propor ao arquiteto e urbanista catalão Joan Busquets, responsável pelo plano de pormenor, que a futura praça de Santo Ovídio tenha uma cobertura parcial.
A ideia, segundo o autarca, é que a atual rotunda de Santo Ovídio passe a ser uma “praça de fruição”, já que com os investimentos no Metro do Porto (abertura da extensão a Vila d’Este e linha Rubi até às Devesas e Boavista, no Porto), o trânsito automóvel deverá diminuir na zona.
A atual rotunda será ponto de confluência das linhas de alta velocidade e das linhas Amarela e Rubi do Metro do Porto.
Na sexta-feira, o Conselho de Ministros aprovou o seguimento para concurso da adjudicação da concessão da conceção, projeto, construção, financiamento, manutenção e disponibilização da linha ferroviária de alta velocidade no troço entre o Porto (Campanhã) e Oiã (Aveiro).
A linha de alta velocidade Lisboa-Porto deverá ligar as duas principais cidades do país em cerca de uma hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria.
A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.