Chegou ao fim uma era. Terminou uma das maiores eras em vigência no desporto português. Essa era trouxe 24 troféus em apenas 12 anos, destacando-se dez Campeonatos Nacionais, quatro títulos europeus e dois Mundialitos — que equivalem ao Mundial de clubes. Esta terça-feira, o Sp. Braga anunciou o fim da modalidade de futebol de praia, revelando que procedeu imediatamente à suspensão da secção. Deste modo, Portugal perde mais uma das grandes referências da modalidade, de o Sporting ter saído em 2022 e da Casa do Benfica de Loures também ter terminado com a secção em 2023.

“O Sp. Braga informa os seus sócios e adeptos que decidiu, após devida ponderação, suspender a secção de futebol de praia. Apesar do grande investimento feito ao longo dos anos, é com mágoa que o Sp. Braga se vê instado a reconhecer que a modalidade não tem registado, da parte das demais entidades e dos parceiros, a evolução suscetível de garantir a sua competitividade e sustentabilidade, que entendemos estar fortemente comprometida”, começaram por dizer os minhotos em comunicado.

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Para além da falta de sustentabilidade, o clube presidido por António Salvador sublinhou ainda que a “sazonalidade” da modalidade faz com que haja uma “manifesta incapacidade do ecossistema da modalidade em promover a criação de uma base assente em captação de crianças e jovens e num sistema formativo que alargue uma visão de futuro para o crescimento desportivo e social de todo o edifício do futebol de praia”. Assim, o Sp. Braga concluiu que o futebol de praia é “inviável”, agradecendo ainda a todos os profissionais que representaram o clube nos últimos anos.

Para o futuro fica o desejo de “voltar a acolher e a apoiar o futebol de praia”, caso os “demais stakeholders o queiram e permitam”. Para já, esta semana promete ser agitada no Minho. Para além desta decisão, o clube vai ter duas Assembleias Gerais nos próximos dias – do clube e da SAD –, onde certamente serão discutidos os vários projetos e modalidades do Sp. Braga.

Esta notícia surgiu dois anos depois de o Sporting ter decidido terminar com a equipa de futebol de praia. Na altura, os leões alegaram que a decisão se devia à “inexistência de escalões formativos, o que impossibilita os clubes de optarem por um modelo que permita o equilíbrio entre atletas da formação e recrutamento”. Poucos meses depois, a Casa do Benfica de Loures que, à data, era campeã europeia, optou pela mesma via, referindo “não ter o investimento necessário” para sustentar a modalidade. O clube terá ainda tentado “juntar-se” ao Benfica, mas essa opção terá sido rejeitada pelos encarnados.