O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) afasta ligações entre um “leak de dados da Autoridade Tributária (AT) que tem sido mencionado publicamente” e o ataque dirigido à Agência para a Modernização Administrativa (AMA). Porém, não explicita a origem desta fuga de dados, quando foram comprometidos ou desde quando estão a circular.

“Relativamente a um leak da Autoridade Tributária (AT), que tem sido mencionado publicamente, o mesmo não está relacionado com o incidente que afeta as infraestruturas da AMA”, diz o CNCS em comunicado divulgado esta terça-feira.

Chegaram ao Observador mensagens através do WhatsApp, cujo remetente original é desconhecido, com um alerta para “um brutal leak de informação do Ministério das Finanças com NIF [número de identificação fiscal] e respetivas passwords”, é possível ler. Na mensagem, acompanhada por uma ligação para um site, pede-se para se seja feita uma pesquisa pelo respetivo NIF. Caso fosse detetado na lista disponível, era pedido para se alterar a palavra-passe do acesso ao Portal das Finanças “assim que possível”.

“O leak em causa, constituído por grupos de credenciais expostas, resulta de atividade criminosa com recurso a infostealers e instrumentos semelhantes”, é explicado pelo CNCS. Os infostealers, ou stealers, são um tipo de código malicioso (malware) desenvolvido para sub-repticiamente recolher dados sensíveis de um sistema, explica o centro.

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Na nota à imprensa, é ainda referido que “a publicação deste tipo de leaks é algo que ocorre com alguma regularidade”.

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É explicado que a Autoridade Tributária, “sempre que tem conhecimento de grupos de credenciais expostas, tem como procedimento forçar a renovação de credenciais dos utilizadores visados”.

O CNCS refere que, em relação ao incidente contra as infraestruturas da AMA, “o processo de análise forense e resolução deste incidente decorre a bom ritmo” e que foram “implementadas medidas paliativas e de reforço, que garantem a segurança adequada no restabelecimento dos serviços afetados”.

O incidente com a AMA foi tornado público a 10 de outubro.