A obra “acaba por ser uma pintura irmã”, ou seja, uma outra versão, da pintura de Turner intitulada ‘Venice, seen from the Canale della Giudecca, with the Santa Maria della Salute Church’ que está no ‘Victoria & Albert Museum’ de Londres, destacou, em comunciado, a galeria que coordenou a investigação.
Esta atribuição é sustentada por múltiplas e exaustivas análises científicas e histórico-artísticas, garantiu à agência Efe o porta-voz da galeria, Andreas Jilly.
Por outro lado, a proveniência desta pintura de cerca de 60 por 90 centímetros não está totalmente esclarecida.
“Estima-se que esteja na Áustria desde a década de 1950, e em qualquer caso existe um comprovativo de compra de 1980, de um anterior proprietário”, acrescentou a mesma fonte.
Além disso, sabe-se que um colecionador privado a vendeu em 2005 ao atual proprietário, que, depois de terem crescido as suspeitas de que poderia ser uma pintura original de Turner, encarregou a galeria Artzwina de investigar.
No estudo de 50 páginas, publicado na quarta-feira sob o título ‘Joseph Mallord William Turner. Uma redescoberta’, uma equipa de especialistas chega à conclusão de que apenas Turner poderia ter sido o seu criador, e atribui como data de criação por volta de 1840.
“Todas as análises científicas mostram que só pode ser uma pintura de Turner. É uma maravilhosa redescoberta de uma obra-prima em Viena”, realçou Franz Smola, curador do museu Belvedere de Viena e um dos coautores da investigação, citado no comunicado de imprensa.
O especialista recordou que o famoso pintor esteve pelo menos duas vezes, em 1833 e 1840, na capital do então império austríaco.
“Conseguimos demonstrar a paleta de cores de Turner graças às nossas análises”, destacou a professora Katja Sterflinger, da Academia de Belas Artes de Viena.
Além disso, a descoberta revela novas facetas sobre a paleta do artista, uma vez que foi determinado “o alegado uso de aureolina na pintura de Turner”, frisou a especialista.
“Esta é uma descoberta nova na investigação sobre J. M. W. Turner, que leva a uma ampliação da sua paleta e à necessidade de continuar a pesquisar as pinturas já conhecidas do artista”, acrescentou.
O proprietário está determinado a vender a pintura no mercado de arte internacional.
No entanto, segundo Jilly, ainda não optou por uma forma ou local específico de venda, que poderá ser um leilão, nem houve uma decisão sobre o momento ou o preço.