Ao terceiro dia de terceira eliminatória da Taça de Portugal, chegou a altura do tricampeão entrar em ação. A missão do FC Porto começou frente a uma equipa do quarto escalão do futebol português e uma daquelas que se tem apresentado mais forte na candidatura à Liga 3. Contudo, e como tem sido apanágio nos últimos anos, o jogo aconteceu a 20 quilómetros da casa do Sintrense e teve como palco o Estádio José Gomes, na Reboleira. Ainda assim, a festa da prova rainha — que é cada vez menos dos adeptos e cada vez mais movida de outros interesses — chegou à Amadora, como só uma competição tão democrática consegue fazer.

Para além da estreia na presente edição da Taça de Portugal, esta partida marcou também a estreia de Vítor Bruno como treinador principal nesta competição, ainda que o anterior adjunto tenha estado nas conquistas anteriores dos dragões. Oportunidade era, portanto, a palavra de ordem dos portistas para esta deslocação à Reboleira, já que o jogo servia também para observar nomes como Tiago Djaló, Otávio Ataíde, Rodrigo Mora, Fábio Vieira e Cláudio Ramos, que têm sido pouco utilizados ao longo da temporada. Em sentido inverso, Iván Marcano e Zaidu Sanusi continuaram de fora devido a problemas físicos.

Ficha de jogo

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Sintrense-FC Porto, 0-3

3.ª eliminatória da Taça de Portugal

Estádio José Gomes, na Amadora

Árbitro: Nélson Carvalho (AF Santarém)

Sintrense: Rodrigo Dias; Leandro Bral, Rodrigo Luís, Francisco Gomes, Francisco Dias; André Silva, Diogo Santos (João Marouca, 83′), Tomi Martins (João Hilário, 63′); Pipas (Guilherme Sequeira, 64′), Chiquinho (Bismark Sanca, 75′) e Edney Ribeiro (Silvério Indunga, 82′)

Suplentes não utilizados: Tomás Raínho; Bernardo Santos, João Guerra e Didi Fernandes

Treinador: Pedro D’Oliveira

FC Porto: Cláudio Ramos; Martim Fernandes, Tiago Djaló, Neuhén Pérez, Wendell (Francisco Moura, 25′); Alan Varela (Nico González, 64′), Iván Jaime (Rodrigo Mora, 64′); Gonçalo Borges (Danny Namaso, 73′), Fábio Vieira, Wenderson Galeno (André Franco, 63′); Fran Navarro

Suplentes não utilizados: Samuel Portugal; Otávio Ataíde, Samu Omorodion e Pepê

Treinador: Vítor Bruno

Golos: Galeno (25’), Iván Jaime (54’) e Tiago Djaló (59’)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Pipas (8’) e Francisco Dias (45+1’)

“É um jogo que queremos muito jogar porque é o próximo. É legítimo que, do outro lado, esteja uma equipa que quer superar-se e procurar algo que seria inimaginável à data em que começaram o trabalho. É uma equipa que tem feito uma caminhada excelente na sua divisão e na Taça de Portugal, sem perder qualquer jogo até ao momento. É uma equipa bem trabalhada. Vamos tentar levar o jogo para onde queremos, respeitando muito quem está do outro lado e seguir os nossos valores. Queremos muito ganhar e passar à próxima eliminatória”, assumiu o treinador azul e branco na antevisão.

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Como Vítor Bruno sublinhou, do outro lado estava uma formação invicta na nova época — com cinco vitórias e dois empates — e que lidera a Série D do Campeonato de Portugal. A realidade é muito diferente, mas o objetivo passava por fazer melhor do que em 2021, quando o Sintrense perdeu por 0-5 ante os dragões. “Todos nós temos muitos porquês quando nos levantamos da cama e quando estamos a jogar nestes Campeonatos. Vamos tentar mostrar o nosso ADN, a nossa ideia e valores. Aquilo que tentamos transmitir dentro e fora, as coisas que consideramos inegociáveis. A nossa missão é qualitativa. Se nos agarrássemos a percentagens, acho que ia ser muito mais difícil olhar para aí. Olhamos para o FC Porto com o máximo de respeito e vamos tentar olhar muito para nós e ver o que acontece”, disse Pedro D’Oliveira, técnico da equipa de Sintra.

Deste modo, confirmou-se o que se perspetivava e Vítor Bruno fez muitas alterações na equipa em vésperas de mais uma jornada europeia, mantendo apenas Nehuén Pérez, Alan Varela e Wenderson Galeno. Assim, Tiago Djaló estreou-se com a camisola azul e branca e Fábio Vieira foi titular pela primeira vez no regresso ao FC Porto. Com os sintrenses perfilados num 4-2-3-1 e os dragões em 4-3-3, os primeiros minutos foram marcados por uma grande disputa e nenhum lance de perigo, embora os dragões tenham disposto de mais posse de bola e chegado ao golo, que acabou anulado por fora de jogo de Fran Navarro (14′).

Pouco depois, Wendell foi forçado a deixar a partida por se estar a sentir mal e, já com Francisco Moura em campo, Fábio Vieira colocou em Gonçalo Borges na direita, o extremo arrancou pelo corredor e cruzou para Galeno que, com um pontapé de primeira no ar, atirou cruzado para o golo inaugural (25′). Depois de mais um golo de nota 10, o internacional brasileiro dedicou o tento ao companheiro de seleção que saira minutos antes. Até ao intervalo, os dragões baixaram o ritmo mas continuaram à procura do segundo golo, que acabou por ser negado por uma grande defesa de Rodrigo Dias (29′).

Na segunda metade manteve-se o sufoco ofensivo do FC Porto, agora com Iván Jaime a assumir o papel de protagonista. Na primeira ocasião, o espanhol picou perante Rodrigo Dias, mas a bola saiu ligeiramente por cima (53′). Feita a ameaça, o médio ofensivo viria mesmo a marcar, desta feita com um grande remate de pé direito, à entrada da área do Sintrense (54′). Cinco minutos volvidos, foi a vez de Djaló carimbar a estreia com um golo, ao cabecear de cima para baixo na sequência de um canto de Alan Varela (59′).

A partir daí, as substituições tomaram conta do desafio, mas os dragões continuaram a acercar-se da baliza dos homens da casa que, a espaços, foram tentando chegar à área portista. Numa dessas ocasiões, Rodrigo Mora apareceu a finalizar um cruzamento de Francisco Moura, mas o remate saiu ligeiramente ao lado do poste esquerdo (74′). Seguiu-se uma dupla ocasião de perigo para Martim Fernandes, mas os lances tiveram o mesmo desfecho (79′ e 81′). Até ao fim, Cláudio Ramos quase borrou a pintura ao perder um lance com João Marouca, mas a defesa cortou a jogada e os azuis e brancos seguiram em frente com uma goleada (0-3).