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Sérgio Oliveira lembrou toda a gente de tudo aquilo de que ainda não se esqueceu (a crónica do Sintrense-FC Porto)

Este artigo tem mais de 2 anos

Num jogo contra o Sintrense em que Conceição mexeu no onze, Sérgio Oliveira aproveitou a oportunidade, fez dois golos e uma assistência e mostrou que ainda não se esqueceu de tudo o que sabe fazer.

O internacional marcou dois dos cinco golos que o FC Porto apontou ao Sintrense
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O internacional marcou dois dos cinco golos que o FC Porto apontou ao Sintrense

Filipe Amorim

O internacional marcou dois dos cinco golos que o FC Porto apontou ao Sintrense

Filipe Amorim

Tahar El Khalej nasceu em Marraquexe, Marrocos, e chegou a Portugal em 1994 para jogar na União de Leiria. Três anos depois, o defesa mudou-se para o Benfica, onde permaneceu por três épocas e cumpriu quase 100 jogos — apesar de não ter conquistado qualquer título. Hélder Cristóvão nasceu em Luanda, Angola, e estreou-se enquanto jogador profissional em 1989, no Estoril. Três anos depois, o defesa mudou-se para o Benfica, onde permaneceu por quatro épocas — conquistando uma Liga e duas Taças de Portugal. Voltou à Luz em 2002, depois de passagens pelo Deportivo e pelo Newcastle, para ser capitão e ainda ganhar mais uma Taça.

Tahar El Khalej e Hélder Cristóvão, ambos centrais e ambos internacionais, nunca se cruzaram no Benfica. Contudo, quis o destino que tivessem filhos com seis meses de diferença, que tivessem filhos jogadores de futebol e que tivessem filhos que acabariam por partilhar balneário. Tahar El Khalej, central que tem o mesmo nome que o pai, ainda passou pelo Benfica antes de chegar ao Sintrense no ano passado; Flávio Cristóvão, médio que é fisicamente muito parecido com o pai, já esteve no Wolverhampton e no FC Juniors OÖ na Áustria e está a realizar a primeira época no Sintrense. Esta sexta-feira, tanto um como outro, ambos filhos de duas figuras do Benfica, eram titulares contra o FC Porto.

Ficha de jogo

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Sintrense-FC Porto, 0-5

Terceira eliminatória da Taça de Portugal

Estádio do Real Sport Clube, em Massamá

Árbitro: André Narciso (AF Setúbal)

Sintrense: Diogo Garrido, Martim Fonseca (Vasco Teixeira, 56′), Tahar, Danilson Tavares, David Teles (Canina, 72′), Luís Mota (Eduardo Marinho, 66′), Gabriel Castro (Daniel Pinto, 72′), Filipe Cascão, Flávio Cristóvão, Hélio Varela, António Alves (Gonçalo Pinto, 56′)

Suplentes não utilizados: João Marreiros e Ricardo Caeiro

Treinador: Hugo Falcão

FC Porto: Marchesín, Wilson Manafá, Fábio Cardoso, Marcano, Wendell (Zaidu, 61′), Otávio (Vitinha, 61′), Bruno Costa (Grujic, 74′), Sérgio Oliveira (Fábio Vieira, 61′), Pepê, Francisco Conceição, Evanilson (Toni Martínez, 71′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos e João Mário

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Sérgio Oliveira (17′ e 27′), Evanilson (55′ e 69′), Toni Martínez (76′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gonçalo Pinto (82′), a Fábio Vieira (85′)

No Estádio do Real Sport Clube, em Massamá, os dragões estreavam-se na atual edição da Taça de Portugal na terceira eliminatória e na antecâmara da receção ao AC Milan para a Liga dos Campeões. Com isso em mente e contra uma equipa do Campeonato de Portugal que ainda não havia perdido esta época, Sérgio Conceição apresentava várias alterações no onze: Marchesínera titular na baliza e estreava-se na baliza, Fábio Cardoso fazia dupla com Marcano no eixo defensivo, Bruno Costa, Francisco Conceição e Pepê eram apostas e Evanilson era a única referência ofensiva, com Toni Martínez a começar no banco e os dragões a atuarem com apenas um avançado. Sem Mbemba, ainda lesionado, Taremi, castigado, e os internacionais Uribe, Corona e Luis Díaz, todos ainda nas respetivas seleções, Conceição tinha a boa notícia da recuperação de Otávio, que integrava o onze claramente com o objetivo de recuperar ritmo antes do jogo europeu.

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“Os jogos são todos perigosos de se jogar. Hoje em dia as equipas estão bem preparadas e se não estivermos ao nosso nível habitual podemos sofrer com isso (…) É a festa da Taça, uma competição a que damos muito valor. Temos aspirações de ir à final e de a ganhar. Penso que vamos ter um jogo em que a responsabilidade de ganhar é nossa, contra uma equipa que ainda não perdeu no Campeonato de Portugal. É uma equipa que começou a jogar de uma forma e mudou-a agora. Estudámos o adversário como estudamos as outras equipas do Campeonato e da Liga dos Campeões”, explicou o treinador do FC Porto. Afinal, nunca o clube havia sido eliminado da Taça de Portugal por uma equipa do quarto escalão.

Naquele que foi o primeiro jogo de sempre entre as duas equipas — o Sintrense só tinha enfrentado um dos “três grandes” numa ocasião, em 1972, quando foi eliminado pelo Sporting da Taça –, o conjunto de Hugo Falcão apresentou-se organizado defensivamente, com três centrais, e procurou claramente retardar ao máximo o primeiro golo do FC Porto. Os dragões tinham Francisco Conceição na direita e Otávio na esquerda, no apoio mais direto a Evanilson, ainda que o avançado brasileiro recuasse muitas vezes para ir buscar jogo e fosse quase um elo de ligação entre setores.

Apesar de ter quase a totalidade da posse de bola e de jogar praticamente por inteiro no meio-campo adversário, de forma natural, o FC Porto não aplicou de imediato um ritmo muito intenso e foi gerindo a partida, explorando as melhores formas de chegar à baliza de Diogo Garrido. Francisco Conceição foi o primeiro a ficar perto do golo, num lance em que atirou de calcanhar e viu o guarda-redes do Sintrense defender (14′), e era precisamente pela ala direita que os dragões iam tentando ferir o adversário. O lateral Filipe Cascão ia tendo muito trabalho não só para travar as incursões mais interiores de Conceição como também para parar Manafá, que subia de forma frequente pelo corredor e tentava oferecer largura à equipa.

O FC Porto acabou por conseguir chegar ao golo já depois de estar fechado o primeiro quarto de hora. A jogada começou no corredor esquerdo, onde Evanilson combinou com Pepê e o médio brasileiro assistiu Sérgio Oliveira na faixa central; aí, em posição frontal para a baliza, o internacional português atirou forte e sem hipótese para Diogo Garrido (17′). Escassos 10 minutos depois, e com Bruno Costa a atirar por cima da trave pelo meio (27′), Sérgio Oliveira bisou na partida e aumentou o marcador: Wendell recuperou a bola novamente na esquerda, Evanilson abriu em Oliveira e o médio procurou assistir Francisco Conceição, que permitiu a defesa do guarda-redes do Sintrense para a frente; na recarga, Sérgio Oliveira voltou a aparecer (27′) e chegou ao terceiro golo da temporada.

Depois do segundo golo do FC Porto e até ao intervalo, pouco ou nada aconteceu. Os dragões baixaram o ritmo, a intensidade nunca se elevou e o Sintrense só tentava sair em transições rápidas, embora sem nunca conseguir criar qualquer tipo de perigo. Apesar de tudo, o capitão David Teles ia sendo o destaque da equipa do Campeonato de Portugal, demonstrando uma qualidade técnica e tática acima dos restantes colegas e protagonizando momentos de elevada maturidade. No fim da primeira parte, o FC Porto estava a vencer tranquilamente em Massamá e tinha a passagem à fase seguinte da Taça de Portugal praticamente assegurada.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sintrense-FC Porto:]

Na segunda parte, o jogo pouco ou nada se alterou. O FC Porto continuou a ter o total controlo da posse de bola, o Sintrense continuou sem conseguir sequer aproximar-se da grande área de Marchesín e os dragões iam gerindo tranquilamente a vantagem alcançada no primeiro tempo. Diogo Garrido foi forçado a uma defesa apertada depois de um alívio mal medido de António Alves (51′) e a equipa de Sérgio Conceição acabou por chegar naturalmente ao terceiro golo. Sérgio Oliveira conquistou a posse no meio-campo, tirou um passe vertical perfeito à procura da profundidade de Evanilson no corredor central e o avançado brasileiro fugiu à marcação de dois adversários para depois atirar à saída do guarda-redes (55′).

Logo depois do golo, ambos os treinadores mexeram: Hugo Falcão lançou Vasco Teixeira e Gonçalo Pinto, Sérgio Conceição tirou Otávio, Sérgio Oliveira e o desgastado Wendell para colocar Vitinha, Fábio Vieira e Zaidu. Apesar das alterações e dos setores refrescados, o Sintrense não conseguiu fugir ao natural desgaste provocado por um jogo contra uma equipa com uma intensidade muito superior e não só desistiu quase por completo de atacar como começou a cometer erros defensivos consecutivos. Evanilson aproveitou para bisar, num lance de insistência na grande área em que começou por atirar de calcanhar para defesa de Diogo Garrido e depois conseguiu acertar na baliza (69′), e Toni Martínez também inscreveu o próprio nome na ficha de jogo logo depois de substituir o brasileiro, aproveitando um cabeceamento inicial de Francisco Conceição para rematar à meia volta (76′).

Até ao fim, já pouco aconteceu. Danilson fez o primeiro remate da equipa de Hugo Falcão aos 89 minutos, num pontapé totalmente desenquadrado que só serviu mesmo para a estatística, e o FC Porto goleou o Sintrense para seguir em frente na Taça de Portugal. Numa partida em que os dragões estiveram sempre concentrados e comprometidos de forma a não permitir eventuais surpresas, Sérgio Oliveira destacou-se com dois golos e uma assistência. Mais do que isso, o internacional português destacou-se por ter lembrado toda a gente de que, mesmo sendo menos utilizado, menos crucial, menos importante, ainda não se esqueceu de tudo aquilo que pode e sabe fazer.

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