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Com mais de 86% dos votos contabilizados, os moldavos parecem ter rejeitado, este domingo, em referendo, a adesão à União Europeia (UE). Segundo os dados provisórios da Comissão Eleitoral da Moldávia, 55,5% opõem-se à entrada no bloco comunitário, ao passo que 44,5% estão a favor.

A pergunta no referendo moldavo era a seguinte: “Apoia a alteração da Constituição a fim de aderir a República da Moldávia à União Europeia?” Com o ‘chumbo’, a Moldávia afasta-se do caminho do Ocidente, que começara a percorrer nos últimos tempos. Simultaneamente, parece ser uma aproximação à Rússia.

Pertencente à União Soviética até 1991, o governo moldavo tem enfrentado problemas, principalmente com a Transnístria, uma região no país pró-russa e que é bastante próxima do Kremlin. Nesta região, o ‘não’ venceu com 63%.

Além do referendo, também está a ocorrer a primeira volta das eleições presidenciais na Moldávia. Com mais de 85,5% dos votos contabilizados, a Presidente da Moldávia, a pró-ocidente Maia Sandu, obtém 35,70%. Segue-se o antigo procurador-geral e figura conotada como sendo pró-russa, Alexandr Stoianoglo, que angaria 29,27%. Em terceiro está Renato Usatoi, ex-autarca de Balti, com 14%.

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Como era necessário que um candidato obtivesse mais de 50% dos votos, haverá uma segunda volta, marcada para 3 de novembro. O frente-a-frente será entre Maia Sandu e Alexandr Stoianoglo.  Porém, a segunda volta será difícil para a atual Presidente, tendo em conta os resultados no referendo.

Estes resultados representam um revés para a chefe de Estado cessante, Maia Sandu. De pouco adiantou o governo moldavo, que iniciou as negociações de adesão à UE em dezembro de 2023, ter recebido um grande impulso de Bruxelas na véspera da votação, com um pacote de assistência de 1.800 milhões de euros para os próximos três anos.

Adicionalmente as eleições e o referendo também ficaram marcados por acusações de uma alegada interferência russa, sendo que o Kremlin tinha interesse em obstaculizar a entrada da Moldávia na União Europeia.

A Moldávia, um dos países mais pobres da Europa, esperava aderir até 2030 à União Europeia, para onde já exporta 65% dos seus produtos e de onde recebe mais de 80% do investimento direto.

As atuais autoridades, a favor da adesão, parecem ter sido prejudicadas pelo facto de a consulta popular coincidir com as eleições presidenciais, após quatro anos de queda do nível de vida devido à Covid-19, ao conflito na vizinha Ucrânia e à guerra energética com a Rússia.