A economia mundial vai crescer 3,2% em 2024 e 2025, segundo as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) inscritas no World Economic Outlook, divulgado esta terça-feira.

“Espera-se que o crescimento global permaneça praticamente estável — desacelerando de 3,3% em 2023 para 3,1% em 2029 — e permanece praticamente inalterado em relação às previsões do World Economic Outlook em abril de 2024 e outubro de 2023″, lê-se no documento.

Ainda assim, é de salientar que, com as revisões, as principais economias acabaram por se aproximar “enquanto as forças cíclicas diminuem e o PIB se aproxima do potencial”.

“À medida que a inflação diminui, espera-se que as taxas diretoras sigam o exemplo, evitando aumentos indevidos nas taxas de juro reais”, indica o FMI, que espera que as taxas de juro “desçam gradualmente em direção aos níveis naturais”.

Entre as economias avançadas, a perspetiva também é de estabilidade, com um crescimento de 1,8% nos dois anos, ainda que existam realidades diferentes entre o grupo.

Para os Estados Unidos, por exemplo, o crescimento projetado para 2024 foi revisto em alta para 2,8%, devido a resultados mais fortes no consumo e no investimento não residencial, enquanto em 2025 deve desacelerar para 2,2%, “à medida que a política orçamental for gradualmente mais rigorosa e o arrefecimento do mercado de trabalho abrandar o consumo”.

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FMI piora crescimento da economia da zona euro para 0,8% este ano

Já para a zona euro, o crescimento foi revisto em baixa para 0,8% este ano e 1,2% no próximo, com o abrandamento em economias como a Alemanha e Itália a pesar no desempenho. É uma revisão em baixa de 0,1 pontos percentuais para o crescimento deste ano e de 0,3 pontos para 2025, face à atualização das projeções feita em julho.

“Na área do euro, o crescimento parece ter atingido o seu ponto mais baixo em 2023“, nota o FMI, sendo que o “crescimento do PIB deverá aumentar para uns modestos 0,8% em 2024, como resultado de um melhor desempenho das exportações, em particular de bens”.

Já para 2025, “prevê-se que o crescimento aumente ainda mais para 1,2%, ajudado por uma procura interna mais forte”, indica a organização. “Espera-se que o aumento dos salários reais impulsione o consumo e que uma flexibilização gradual da política monetária apoie o investimento”, acrescenta o FMI, enquanto, por outro lado, “a fraqueza persistente na indústria transformadora pese sobre o crescimento de países como a Alemanha e a Itália”.

Segundo as previsões do FMI, o PIB da Alemanha deve ter um crescimento nulo (0,0%) este ano, acelerando para 0,8% em 2025. Já a economia italiana deve crescer 0,7% este ano e 0,8% no próximo. Os casos são, no entanto, diferentes já que “se espera que a procura interna de Itália beneficie do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência financiado pela União Europeia”, enquanto a “Alemanha está a enfrentar a pressão da consolidação orçamental e um declínio acentuado nos preços imobiliários”.

No que diz respeito à inflação, o FMI estima que desacelere para 2,4% este ano, na zona euro, e para 2% em 2025, já em linha com a meta de médio prazo do Banco Central Europeu.

Entre as economias mais desenvolvidas é de destacar também o Japão, onde se prevê que o crescimento desacelere em 2024, refletindo perturbações temporárias na oferta e o desaparecimento de fatores pontuais que impulsionaram a atividade em 2023, como o aumento do turismo.

Já no Reino Unido, “prevê-se que o crescimento tenha acelerado para 1,1% em 2024 e deverá continuar a fazê-lo para 1,5% em 2025, à medida que a queda da inflação e das taxas de juro estimulem a procura interna”.

Os mercados emergentes e economias em desenvolvimento, por sua vez, deverão ter um crescimento de 4,2% em 2024 e 2025, uma revisão em alta que reflete melhorias nas perspetivas para a China e Índia.