Foram 369 dias. Em outubro do ano passado, durante um jogo contra o Uruguai a contar para o apuramento para o Mundial 2026, Neymar rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho enquanto representava o Brasil. Seguiu-se uma travessia do deserto, com mais de um ano de paragem e dúvidas claras sobre eventuais limitações na hora do regresso. Regresso que aconteceu esta segunda-feira. 

O jogador brasileiro foi lançado por Jorge Jesus já na segunda parte da deslocação ao Al Ain dos Emirados Árabes Unidos, em jogo a contar para a fase de grupos da Liga dos Campeões asiática, e contribuiu para a importante vitória do Al Hilal — num encontro frenético que terminou 4-5 e que teve um hat-trick para cada lado. Neymar não entrou a tempo de participar em nenhum golo, mas chegou a ficar perto de marcar já nos últimos instantes com um remate cruzado que passou a rasar o poste.

O avançado de 32 anos estava claramente emocionado na hora em que foi chamado para entrar em campo, ao fim de mais de um ano de paragem, e foi congratulado por praticamente todos os elementos do banco de suplentes do Al Hilal enquanto esperava pela substituição. Nas bancadas do Hazza bin Zayed Stadium, de forma naturalmente especial, estava a filha mais nova, Mavie, que nasceu poucos dias antes de Neymar se lesionar.

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“Sinto-me bem. Foi muito difícil. Estive sempre bem rodado, com uma boa equipa e… Estou tão feliz. Estou de volta! Estou de volta”, disse o jogador brasileiro aos órgãos oficiais do Al Hilal já depois do fim do jogo. Também após o apito final, na conferência de imprensa de rescaldo do encontro, Jorge Jesus explicou que a utilização de Neymar terá sempre de ser bem gerida — recordando que o avançado só pode participar na Liga dos Campeões e na Taça da Arábia Saudita, já que não foi inscrito no Campeonato para abrir mais uma vaga para um jogador estrangeiro no plantel enquanto estava lesionado.

“Quando ele entrou faltavam apenas 15 minutos para o fim do jogo. Estávamos a ganhar, com uma vantagem de dois golos. Depois tivemos o problema da expulsão, não tínhamos ninguém no meio e tive de tirar o Mitrovic. Ele ficou praticamente sozinho lá à frente, não conseguiu jogar com os colegas como eu gostaria. Ficou em jogo por 15 minutos precisamente porque eu e ele temos esse problema, estamos no início da temporada e ele não teve uma pré-época. Vou ter o colocar e é assim que ele vai recuperar a forma. Mas é um risco”, disse o treinador português.

Certo é que, de forma natural, o regresso aos relvados de Neymar abre a porta a uma reintegração na seleção brasileira e à corrida ao Mundial 2026, que poderá ser o último da carreira do avançado. Numa altura de crise no Brasil, onde os resultados não têm sido os melhores e tanto a equipa como Dorival Júnior têm sido muito criticados, a lembrança de que existe um número 10 a acelerar para ser opção pode ser a melhor notícia dos últimos tempos.