A TAP admite o cenário de passar a cobrar uma taxa ambiental aos seus passageiros para compensar os custos adicionais que vão resultar da incorporação de SAF (combustível sustentável de aviação) no abastecimento da sua frota a partir do próximo ano.

Este é um modelo possível de compensação para um combustível que custa atualmente três a quatro vezes mais que o jet usado pela indústria da aviação, segundo indicou o administrador do pelouro comercial e de receitas da TAP, Mário Cruz durante um debate no congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens (APAVT) que se realiza em Huelva até sábado.

Esta é uma solução que tem sido usada por algumas companhias como a Lufthansa, mas a TAP ainda não definiu como vai financiar esse custo adicional. A companhia alemã já está a cobrar um sobrecusto ambiental nos bilhetes emitidos para os voos que saem da União Europeia, Reino Unido, Suíça e Noruega a partir de janeiro de 2025. Essa taxa varia entre 1 euro e 72 euros.

Questionado pelo Observador após o painel, Mário Cruz indicou que a TAP ainda está à procura de um fornecedor de SAF, pelo que ainda não tem uma previsão sobre o custo acrescido que terá de suportar. Para 2025, está prevista uma incorporação de 2% sobre o total do combustível consumido. Os gastos com combustível incluindo licenças de CO2 são o maior custo operacional da TAP e nos primeiros seis meses do ano ascenderam a mais de 500 milhões de euros.

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Por imposição europeia, as companhias aéreas terão de incorporar até 10% de SAF no horizonte de 2030, uma regra que enquadra o setor da aviação nas obrigações de redução de emissões de carbono.

Em 2022, a TAP assinou um acordo de parceria com a ANA e a Galp para o desenvolvimento e produção de combustíveis sustentáveis em larga escala na refinaria de Sines, mas este projeto ainda não está em fase de produção.

O tema do SAF surgiu no quadro da discussão sobre a sustentabilidade das companhias aéreas, com Mário Cruz a sinalizar que o investimento mais importante que a TAP está a fazer nesta matéria é a renovação da frota para aviões Neo da Airbus que consomem menos combustível e produzem menos CO2.