O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, disse esta sexta-feira que a governação de coligação PSD/CDS-PP/PPM que lidera fez “mudança profunda” na região, com base na humildade democrática, no diálogo e na concertação.

Fizemos uma mudança profunda. Pela primeira vez, um governo de coligação, inédito nos Açores. Quantos almejaram, perspetivaram, que não duraria mais do que um semestre”, afirmou José Manuel Bolieiro.

O presidente do PSD/Açores falava esta noite em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na sessão de abertura do 26.º Congresso Regional do PSD/Açores que vai decorrer até domingo.

E prosseguiu: “E a verdade é que demonstramos coesão, lealdade, compromisso, em nome da nossa democracia, da nossa autonomia, do nosso povo“.

A abertura do congresso ocorreu quatro anos após o dia da realização das eleições regionais que elegeram pela primeira vez o social-democrata José Manuel Bolieiro para a liderança do governo açoriano, daí que tenha lembrado que naquele dia os açorianos “deram uma oportunidade eleitoral ao PSD”.

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“E contamos também de forma inédita com uma geometria variável do apoio parlamentar, onde foi possível garantir que, apesar dessa geometria variável parlamentar, alcançar os consensos para a estabilidade, com base na humildade democrática, com base no diálogo e na concertação”, declarou o líder do PSD/Açores.

E rematou: “É assim que eu sou, é assim que temos sido e é assim que continuaremos a ser“.

Bolieiro também se referiu a obstáculos, como os estragos causados na região pelo furacão Lorenzo e pela depressão Efrain.

Apontou os “incumprimentos do Governo da República que, ainda centralistas, procuram sempre para seu domínio, garrotar o desenvolvimento da autonomia em vários domínios: o político, o legislativo, o financeiro, e a incompreensão da continuidade territorial, a da dimensão arquipelágica e atlântica de Portugal”.

“Mas, nós, se preciso for, e fizemo-lo, lutaremos contra estas versões centralistas do Governo da República, reivindicando no quadro de uma autonomia de responsabilização o cumprimento das suas obrigações”, alertou.

A este propósito, lembrou “a falta de pagamento atempada dos trabalhos de recuperação dos estragos do Lorenzo, um furacão que destruiu muito significativamente infraestruturas nos Açores e, depois, de seguida, a depressão Efrain”.

“Foi preciso insistir e persistir, agora com o novo Governo da República, para que, não tem ainda um mês, pudessem pagar o que nos deviam”, disse.

Num longo discurso, Bolieiro aludiu também às potencialidades do território e referiu que o mar é uma oportunidade para a região liderar e o espaço “é um mar de oportunidades para os Açores terem um futuro de confiança”.

Falou também de concretizações do Governo Regional e de “emblemáticas medidas que são estruturantes” para a Região Autónoma dos Açores.

Lembrou as várias medidas aplicadas pelo executivo que lidera, como a Tarifa Açores, que permite viagens áreas a 60 euros (ida e volta) interilhas para residentes, as creches gratuitas e projetos Novos Idosos e Nascer +, entre outras.

O 26º. Congresso Regional do PSD/Açores decorre até domingo e conta com a participação de mais de 250 congressistas, que vão eleger os novos órgãos regionais do partido.

O congresso social-democrata acontece depois de Bolieiro ter sido reeleito, em julho, para um terceiro mandato na liderança do partido com 99,3% dos votos, numa eleição em que foi o único candidato.

José Manuel Bolieiro foi eleito pela primeira vez líder dos sociais-democratas açorianos em 2019, tendo sido reeleito em 2022, já depois de, em 2020, ter alcançado a presidência do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).