A Academia de Amadores de Música, fundada em 1884, vai ter de abandonar a atual sede, localizada na zona do Chiado e onde já se encontra há 67 anos, até agosto de 2025, depois de a renda ter subido de 542 euros para 3.728.

“A Câmara tem feito todo o possível, mas faço aqui também um apelo ao Governo, ao Ministério da Cultura, aos vários ministérios. Lisboa pode ajudar, mas estamos aqui a falar de algo que é de âmbito nacional e de associações centenárias que merecem este espaço”, afirmou Carlos Moedas.

O autarca social-democrata falava esta quarta-feira aos jornalistas à margem da iniciativa “Preparar Lisboa para Grandes Emergências como Sismos ou Tsunamis”.

“Eu, com o diretor do Património, estou a trabalhar para encontrar uma solução. Neste momento ainda não a temos, mas vamos seguramente conseguir encontrar uma solução de espaço”, apontou.

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Contactado pela agência Lusa, o presidente da direção da Academia de Amadores de Música, Pedro Barata, apelou a uma rápida resolução do problema, salientando a necessidade de as futuras instalações terem uma “localização central”, como as atuais.

Academia de Amadores de Música. “O que vão pôr aqui? Nada, só cimento”

“A nossa atividade implica a nossa localização. Não podemos fazer aquilo que fazemos neste momento num sítio que não tenha algumas características próprias, sobretudo ser uma localização central e bem servida de transportes”, sublinhou.

O responsável referiu que a Academia de Amadores de Música trabalha com 18 escolas do concelho de Lisboa e que a saída de uma zona mais central irá implicar perder alunos.

“Vamos perder alunos e será impossível cumprir os contratos com essas escolas. São contratos de serviço público”, salientou.

Pedro Barata disse ainda que será necessário “um espaço grande”, de forma a acomodar todos os alunos da Academia.

“Precisamos de um espaço grande. Conseguiríamos reduzir as nossas necessidades para os 500 metros quadrados [o atual espaço é de 700 metros quadrados], mas atualmente já não temos mais alunos porque não conseguimos acomodar mais gente”, apontou.

A direção da Academia tem já agendado para segunda-feira uma reunião com o Ministério da Educação e, na terça-feira, com a Câmara de Lisboa para discutir a situação.

Entretanto, foi também lançada uma petição pública ‘online’ pela manutenção e salvaguarda da Academia de Amadores de Lisboa que, ao início da tarde desta quarta-feira, já tinha 3.566 assinaturas.

Neste ano letivo, estão a estudar na Academia de Amadores de Música 320 alunos.

Pela Academia, fundada em 1884, passaram nomes conhecidos da música como Carlos Bica, Pedro Ayres Magalhães ou Teresa Salgueiro, bem como clássicos como Fernando Lopes Graça, que foi diretor da Academia, Luís Freitas Branco e Emanuel Nunes.