O filme The Teacher, da realizadora anglo-palestiniana Farah Nabulsi, abre esta quinta-feira, em Lisboa, o festival Olhares do Mediterrâneo, que é dedicado ao cinema feito por mulheres que trabalham ou habitem no eixo dos países do Mediterrâneo.
Escrito e realizado por Farah Nabulsi, este é um drama passado na Cisjordânia, uma história de resistência sobre um professor que tenta evitar que um dos seus alunos se vingue da morte de um irmão por militares israelitas.
O filme passa esta quinta-feira no Cinema São Jorge, na abertura do festival de cinema Olhares do Mediterrâneo, este ano dedicado “às revoluções quotidianas”, que ocorrem na vida comum, e com um foco particular no cinema das mulheres da Palestina e que é feito fora deste território.
“Só a diáspora parece garantir às realizadoras palestinianas o acesso ao mundo externo e a possibilidade de fazer filmes e viver em segurança”, sublinha o festival no programa.
Salt of this Sea, de Annemarie Jacir, e 3000 Nights, de Mai Masri, são dois dos filmes programados sobre a Palestina.
Entre as sete longas-metragens da competição do festival está, em estreia mundial, A mulher que morreu de pé, documentário de Rosa Coutinho Cabral sobre a escritora Natália Correia.
O filme é descrito pelo festival como “uma longa viagem, poética e emocional”, com entrevistas, material de arquivo e passagem por locais e lugares que fazem parte da história de Natália Correia, como Lisboa e a ilha de São Miguel, o bar Botequim e a Assembleia da República, onde a escritora foi deputada.
A programação conta também, entre outros, com o documentário Big Bang Henda, de Fernanda Polacow, com o artista visual angolano Kiluanji Kia Henda, seguindo-se um debate sobre “colonialismo, decolonialismo e as suas representações”.
O festival, que é uma iniciativa da Olhares do Mediterrâneo — Associação Cultural e do CRIA — Centro em Rede de Investigação em Antropologia, estende-se até 7 de novembro no cinema São Jorge, na Cinemateca Portuguesa, na Casa do Comum e no Goethe Instituto.