O Vente Venezuela, da líder da oposição María Corina Machado, acusou as forças de segurança de deterem dois membros do partido, Miguel Grenados e Marcos Castillo.
“Miguel Granados foi detido durante o último fim de semana, em Caracas. Foi levado de um restaurante por funcionários do regime. Desconhece-se o seu paradeiro. Isto evidencia uma nova onda repressiva do regime que tem aumentado de maneira significativa nas últimas horas”, denunciou a Comissão de Direitos Humanos do partido.
Na rede social X, o Vente Venezuela alegou ainda que “o regime sequestrou Marcos Castillo, advogado e membro do Comando Com a Venezuela” em Apure, no sudoeste do país.
#Alerta | Miguel Granados miembro de Vente Venezuela fue detenido durante este fin de semana en la ciudad de Caracas.
Funcionarios del régimen se lo llevaron de un restaurante.
Hasta el momento se desconoce su paradero. Esto evidencia una nueva ola represiva del régimen, la… pic.twitter.com/DWsVTRrf7S
— DDHH Vente Venezuela (@VenteDDHH) October 30, 2024
“Funcionários da Polícia Nacional Bolivariana retiraram-no à força dos tribunais de Apure, onde a perseguição política e a criminalização aumentaram nos últimos dias. O seu paradeiro é desconhecido. Alertamos a comunidade internacional para esta situação e responsabilizamos o regime por qualquer coisa que lhe possa acontecer”, denunciou o partido.
Stephanie Labrador, filha do deputado Eduardo Labrador, do Vente Venezuela, instou quarta-feira, as autoridades venezuelanas a divulgarem informações sobre o paradeiro do pai, detido arbitrariamente há 12 dias pela polícia de Zúlia, no oeste do país, junto à fronteira com a Colômbia.
O Colégio Nacional de Jornalistas (CNP, a entidade responsável pela atribuição do cartão profissional) venezuelano expressou, quarta-feira, profunda preocupação pela desaparição do jornalista Nelin Escalante, desde há mais de 96 horas.
Segundo o CNP, Escalante reuniu-se domingo com responsáveis dos serviços de informações militares num centro comercial de Caracas e depois foi com eles à sede do organismo para uma outra reunião.
“Desde então, não houve qualquer comunicação com o jornalista”, explicou o CNP, na rede social X.
Ya van más de 96 horas sin saber sobre Nelin Escalante.Familiares y abogados no han podido verlo a pesar de haberse dirigido a la Dgcim para conocer status de su situación y los delitos que presuntamente se le estarían imputando.Esto vulnera DD HH #dondeestanelin #liberenanelin pic.twitter.com/3JxVGOgged
— cnpven (@cnpven) October 29, 2024
Edgar Cárdenas, presidente do CNP, disse que estão detidos na Venezuela 15 jornalistas e trabalhadores da imprensa, 12 deles por fazer o seu trabalho e os outros três por manterem uma posição crítica do regime venezuelano.
Segundo a organização não-governamental venezuelana Foro Penal (FP), até 25 de outubro, 1.953 pessoas estavam detidas por motivos políticos na Venezuela, o maior número registado no século XXI.
De acordo com a FP, entre os detidos, 1.711 são homens e 242 mulheres e 1.792 são civis e 161 militares, incluindo 69 adolescentes.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória ao atual Presidente do país, Nicólas Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
O regime de Caracas diz estar em curso um golpe de Estado, mantendo nas ruas milhares de polícias e militares para controlar os manifestantes, e pediu à população que, de maneira anónima e através da aplicação VenAPP, denuncie quem promove os protestos.