O piloto espanhol Jorge Martín (Ducati) venceu este sábado a corrida sprint do Grande Prémio da Malásia de MotoGP, 19.ª e penúltima prova da temporada, beneficiando da queda do italiano Francesco Bagnaia (Ducati) para ficar mais perto do título.
Martín, que largou da segunda posição da grelha, atrás do italiano bicampeão mundial, concluiu as 10 voltas ao traçado de Sepang com o tempo de 19.49,230 minutos, deixando na segunda posição o espanhol Marc Máquez (Ducati), a 0,913 segundos, com o italiano Enea Bastianini (Ducati) em terceiro, a 2,010.
Numa prova em que o português Miguel Oliveira (Aprilia) não participou devido à lesão contraída na Indonésia, em 29 de setembro, Jorge Martin assumiu o comando desde cedo, ao bater Bagnaia na travagem para a primeira curva.
O piloto espanhol saiu ‘disparado’ quando os semáforos que dão a partida se apagaram, batendo ‘Pecco’ Bagnaia no ombro a ombro da travagem para a primeira curva.
Os dois chegaram a esta penúltima ronda do campeonato separados por 17 pontos, o que quer dizer que Martín se pode sagrar campeão este fim de semana, se sair da Malásia com pelo menos 38 pontos de vantagem.
Depois de assumir o comando, o piloto espanhol tentou fugir à concorrência, mas Francesco Bagnaia e Marc Márquez seguiram-lhe no encalço.
Mas, na terceira volta, o italiano cometeu um erro num gancho à esquerda, deixando escapar a frente da sua Ducati. Ainda tentou regressar à corrida, mas já não conseguiu.
A partir daí, a equipa Prima Pramac pediu concentração a Jorge Martín, que tinha cerca de 0,8 segundos de vantagem sobre Marc Márquez.
“De facto, até foi uma corrida difícil. Depois da queda do ‘Pecco’, tive de ser muito preciso e concentrado. Era muito fácil errar”, comentou o piloto espanhol.
Jorge Martín cumpriu o que a equipa lhe pediu e garantiu a sétima vitória em corridas sprint esta temporada, desempatando com Bagnaia, que tem seis.
No entanto, esta foi a quarta desistência em corridas sprint para o bicampeão em título (já tinha abandonado em Espanha, França e Catalunha), enquanto Jorge Martín não terminou duas (Itália e Indonésia).
Jorge Martín chega, assim, à corrida de domingo com 29 pontos de vantagem sobre Francesco Bagnaia (465 contra 436), pelo que, se fizer mais nove pontos do que o italiano, sagra-se, desde já, campeão mundial.
Para isso, precisa, na melhor das hipóteses, de vencer e que Bagnaia não faça melhor do que terceiro. Ou, na pior das hipóteses, ser sétimo se o italiano não pontuar (abaixo do 15.º).
Jorge Martín seria, assim, o primeiro piloto de uma equipa independente a conquistar o título mundial da categoria rainha desde que a MotoGP substituiu as 500cc, em 2002, sucedendo ao italiano Valentino Rossi, que foi campeão mundial de 500cc em 2001, último ano das motas a dois tempos, com a Honda da NastroAzzurro.
“Hoje ainda não está nada ganho. Amanhã vai ser um dia importante”, concluiu o madrileno, no final.
Os pilotos que subiram ao pódio evitaram os habituais festejos com as garrafas de champanhe, por respeito às vítimas da tempestade DANA, em Valência, que deveria acolher a última prova do campeonato, dentro de duas semanas.
A prova valenciana deverá ser substituída por outra corrida em Barcelona, adiantou à agência Lusa fonte da organização do campeonato do mundo.