A semana foi conturbada. Foi precisamente há uma semana que Erik ten Hag foi oficialmente despedido do Manchester United. E a partir daí, tudo mudou no reino do leão. Rúben Amorim foi sondado — na verdade já o tinha sido ainda antes de o neerlandês sair —, os red devils dispuseram-se a pagar a cláusula de rescisão de dez milhões de euros e o negócio acabou por ficar consumado no final da semana. Pelo meio, os leões apuraram-se para a final four da Taça da Liga (3-1 contra o Nacional) e somaram a décima vitória em outros tantos jogos no Campeonato Nacional (5-1 contra o Estrela da Amadora).
Agora a bitola voltava-se para a Liga dos Campeões e para um super confronto frente ao… Manchester City, o eterno rival da futura equipa de Amorim. Este será o seu penúltimo jogo como treinador verde e branco e, para além disso, marcará a sua despedida de Alvalade. Como seria de esperar, a conferência de imprensa voltou a ficar marcada pelo assunto do momento nas fileiras do campeão nacional, mas Amorim voltou a ser claro no discurso em relação à saída para Inglaterra e apontou as baterias para o jogo da prova milionária, assegurando desde logo que Eduardo Quaresma regressou aos convocados, “mas tem limite de tempo” de utilização e, em sentido inverso, Gonçalo Inácio “está fora” e em dúvida para a visita ao Sp. Braga.
“A minha ideia era sair no fim da época, acontecesse o que acontecesse. Ter a renovação em cima da mesa é independente de eu querer sair no final da época. Estava tudo previsto no contrato desde o ano do quarto lugar [2023], para ambas as partes. Tenho a certeza que as televisões de Manchester vão estar sintonizadas no jogo. Vou ser analisado como treinador do Sporting. Tenho plena noção que vou ser avaliado como treinador neste jogo e apenas por este jogo. O meu foco é apenas ganhar o jogo pelo Sporting. Amanhã [terça-feira] serei treinador do Sporting e apenas do Sporting. A partir de dia 11 serei treinador do Manchester United”, começou por dizer o técnico português, acrescentando que ainda não teve tempo “para sentir saudades”.
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“Treinar o City? Obviamente que isso passa pela cabeça, mas não tive dúvidas nenhumas. É o clube que eu quero, o contexto que eu quero e é ali que eu quero continuar a minha carreira. Quando decidi, decidi pelo clube que eu quero e não pensei em mais nada. Não houve lugar para ilusões. A minha comunicação vai ser um bocadinho mais simples no início porque será em inglês. Com os jogadores é diferente. As informações são dadas com facilidade. Dou os treinos em inglês ao Morten [Hjulmand], ao Viktor [Gyökeres], ao Ousmane [Diomande] e ao Morita”, sublinhou Amorim.
Questionado sobre as suas inspirações como treinador pela imprensa inglesa, que voltou a marcar presença em força em Alcochete, Rúben Amorim admitiu que “Pep Guardiola, De Zerbi e Jorge Jesus” foram uma inspiração, mas relembrou o estágio que fez com José Mourinho… em Manchester. “Não falei com o Mourinho, mas teremos tempo para falar. A pós-graduação que fiz foi pensada por ele e pela faculdade. O maior impacto que ele teve na minha carreira foi a forma como me tratou. Mostrou-me que se pode ganhar tudo e ter ideias diferentes. Voltarei ao único clube em que fiz um estágio como treinador [em 2018, com Mourinho]”, partilhou.
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Por fim e em relação ao jogo, Amorim admitiu que só está ansioso pelo jogo, pois o Sporting “tinha um plano, mas o City mudou tudo contra o Bournemouth”. “Têm jogadores de fora, mas quando olhamos para o onze e para o banco, percebemos que é uma equipa muito difícil. É difícil prever o que vai acontecer. Reencontro? Sinto que sou melhor treinador agora. Olhando para os cinco anos, tivemos dois plantéis distintos. Infelizmente também sinto que o Pep Guardiola é melhor treinador. Jogamos em Campeonatos e realidade diferentes. Sinto que neste momento tenho melhores jogadores e estamos mais preparados para fazer um jogo completo. É mais difícil perceber o que o City vai fazer agora. Futuro? O Sporting está preparado. Os jogadores são muito maduros, entendem bem o jogo e estão preparados. A equipa está preparada e tem uma maturidade diferente para seguir em frente”, finalizou o ainda treinador leonino.