Imperou o silêncio. Quem assistiu à transmissão televisiva da visita do Benfica ao Bayern Munique, esta quarta-feira, terá estranhado o silêncio: os adeptos alemães raramente cantaram e apoiaram a equipa, os adeptos encarnados raramente cantaram e apoiaram a equipa. E o motivo, embora tenha escapado a todos os que estavam a ver o jogo pela televisão, é para lá de válido.

Lage e o autocarro montado para não dar um metro que só teve retrovisor (a crónica do Bayern Munique-Benfica)

De acordo com o jornal Bild, um adepto do Bayern Munique sentiu-se mal logo nos minutos iniciais do jogo, acabando por ser assistido pelas equipas de emergência em plena bancada, protegido pelas lonas das claques, antes de ser transportado para o hospital. Nas redes sociais, depois do apito final, o clube explicou que os adeptos não cantaram e que o speaker do Allianz Arena esteve mais contido do que o habitual devido a uma “emergência médica”.

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De forma natural, a larga maioria dos adeptos do Benfica que viajou até Munique uniu-se às claques do Bayern e também não cantou: o grupo Diabos Vermelhos esteve em silêncio durante praticamente todo o jogo, parte do grupo No Name Boys ainda apoiou a equipa de Bruno Lage em alguns momentos.

Dentro de campo, o Benfica perdeu com o Bayern — sem fazer qualquer remate enquadrado pela primeira vez em cinco anos — e somou a segunda derrota consecutiva na Liga dos Campeões, somando agora seis pontos em quatro jornadas. Os encarnados estão agora no 19.º lugar da liga da Liga dos Campeões, dentro da zona de apuramento para o playoff de acesso aos oitavos de final, sendo que ainda vão receber o Barcelona e visitar Mónaco e Juventus. Ao mesmo tempo, e com o encerramento da quarta jornada, o Sporting está numa surpreendente segunda posição, apenas atrás do Liverpool, em zona de qualificação direta para a fase seguinte.

Depois do jogo, na zona de entrevistas rápidas, Bruno Lage reconheceu que o Benfica precisava de “mais um bocadinho de posse de bola”. “A nossa intenção era não estarmos com referências individuais, quisemos criar uma dinâmica com três médios e o Aktürkoğlu como 10. Infelizmente, não conseguimos fazer isso. Depois, a espaços, sabíamos que o jogo poderia acalmar e talvez ter mais bola, mas não conseguimos”, começou por dizer o treinador, que revelou que já tinha falado com os jogadores e assumido a estratégia do bloco baixo. “Já falei com os jogadores. Esta foi a minha estratégia, assumi perante eles que esta era a minha ideia”, atirou.

Mais à frente, Lage explicou a substituição de Issa Kaboré, que foi titular na direita da defesa, logo ao intervalo. “O Kaboré estava bem no jogo, infelizmente recebeu um cartão amarelo. Sabíamos que ir para a segunda parte com um cartão amarelo no corredor seria arriscado. Havia a opção do Beste, que está habituado a fazer os dois corredores”, indicou, sem comentar a possibilidade de apuramento na Liga dos Campeões e atirando desde já o foco para o encontro com o FC Porto no domingo.

Já Trubin, que foi adiando o golo do Bayern Munique com várias intervenções importantes, assumiu que este foi “o jogo mais duro” que o Benfica teve esta temporada. “Contra uma das maiores equipas do mundo, num grande estádio, com uma grande atmosfera. Foi muito duro para nós. Trabalhámos para conseguir um resultado positivo, mas cometemos alguns pequenos erros. No fim fica a impressão que podíamos ter feito mais no fim, com 1-0 era sempre possível marcar e sair daqui com um ponto”, explicou o guarda-redes, que ainda acrescentou que “não acredita” que a derrota vá afetar a equipa no Clássico do próximo domingo contra o FC Porto.