Fideo nasceu para os grandes jogos. Depois de ter marcado nas finais do Campeonato do Mundo, da Copa América, da Finalíssima e dos Jogos Olímpicos, Ángel Di María mostra que não é só na sua seleção que tem impacto. Já o tinha feito na Supertaça do ano passado (2-0). Voltou a fazê-lo no clássico do Campeonato na Luz na última temporada (1-0). E, mais de um ano depois, voltou a aparecer frente ao FC Porto, bisou e ajudou o Benfica a alcançar uma vitória história frente ao grande rival (4-1).

Quem tem um Ángel, tem direito aos céus (a crónica do Benfica-FC Porto)

Depois de ter sido “poupado” frente ao Bayern Munique, na Alemanha, a meio da semana, o antigo internacional argentino voltou a aparecer, de forma inevitável, no onze inicial da equipa de Bruno Lage que, com outra estratégia, beneficiou de Di María, embora nem tudo tenha sido um mar de rosas, a começar pelo golo de Samu, que começou num lance de envolvência pelo lado direito encarnado. À exceção desse lance, a exibição foi praticamente perfeitamente e para a história fica uma exibição de gala do extremo, que fez dois golos, seis remates, quatro deles enquadrados, dois passes para finalização e três passes longos.

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Olhando aos clássicos entre águias e dragões, esta é apenas a terceira vez que, nos últimos dez anos, o Benfica tem um jogador a bisar frente ao FC Porto. Antes de Di María, Carlos Vinícius fê-lo no Dragão, num jogo que os encarnados viriam a perder (3-2, em 2020). No mesmo palco, Lima alcançou o mesmo feito, embora essa partida tenha terminado com outro resultado (0-2, em 2014). Em jogos no Estádio da Luz, o último bis datava de 2012, ano em que Cardozo fez os dois golos do Benfica, mas não evitou a derrota (2-3).

Coroado melhor em campo pela Liga Portugal no final da partida, depois de um jogo que terminou com o seu primeiro bis num clássico do futebol português, Di María esteve na zona de entrevistas rápidas da BTV e abordou o resultado. “Estou feliz pela vitória. Fizemos um jogo perfeito. Merecíamos um jogo assim. Não demos uma boa imagem na Champions. Não fomos nós mesmos e hoje [domingo] voltámos a ser o Benfica que estávamos a ser ultimamente. Demos uma grande alegria aos adeptos”, começou por dizer o número 11.

Quanto ao festejo do seu primeiro golo, em que acabou por pedir união aos adeptos, o argentino explicou que se deveu ao facto de, quando equipa e adeptos estão “todos juntos”, o Benfica “ser mais forte”. “Sinceramente, não lhes podemos apontar nada. Em todos os jogos, fora ou em casa, jogamos em casa. Em casa, nunca há menos de 60 mil [espectadores] e, na verdade, há que estar agradecido”, completou, já depois de ter voltado a pedir o apoio dos adeptos no final da partida, desta vez com muita emoção à mistura e os olhos em lágrimas.

Depois de um início de época inconstante, Di María tem tido, à imagem da equipa, uma evolução constante desde que Bruno Lage assumiu o comando técnico. Ao todo, tem agora três golos e duas assistências na Primeira Liga, com a particularidade de esses três tentos terem aparecido nas últimas três jornadas. Olhando a todas as competições, Fideo marcou ainda na Liga dos Campeões e na Taça da Liga, faltando apenas deixar a sua marca na Taça de Portugal.