Tiago Mayan Gonçalves anunciou este domingo, na primeira posição pública que toma sobre a polémica em que está envolvido, que vai manter-se como membro de base da Iniciativa Liberal, mas que irá afastar-se de “qualquer participação ativa”. Em comunicado, reconhece a “gravidade da situação” por ter praticado um “ato manifestamente irrefletido e censurável” ao falsificar as assinaturas de um documento, o que já levou à sua demissão da presidência da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde.

“Irei agora e nos próximos tempos afastar-me de qualquer participação ativa, mantendo-me como cidadão e como membro de base no partido“, anuncia, em comunicado, garantindo que não deixará de estar “permanentemente disponível para, perante quaisquer instâncias e autoridades, prestar os devidos esclarecimentos e enfrentar as eventuais responsabilidades”. Mayan Gonçalves lamenta o sucedido e diz que os atos no centro da polémica foram praticados só por si.

Em causa estão falsas assinaturas num documento oficial da Junta da União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, nomeadamente a ata da reunião do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, de 16 de setembro, que terá sido elaborada e falsificada por Mayan Gonçalves. O teor dessa ata responsabiliza o júri pelo pedido de dispensa de audiência prévia e Mayan Gonçalves pede-lhes desculpa.

“Foi um ato manifestamente irrefletido e censurável e do qual me arrependo profundamente, mas que não alterou em nada o conteúdo da já por mim e por todos conhecida decisão do Júri do Fundo de Apoio ao Associativismo, visando somente justificar a dispensa de um prazo de audiência prévia, que, apesar de imposto por lei, em nada havia alterado as referidas decisões em edições anteriores do referido fundo”. Os acontecimentos que levam à sua demissão “não serviram de modo algum” para seu “benefício pessoal”, garante.

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“Quero deixar bem claro que nunca, de forma alguma, me apropriei de quaisquer fundos, e que o meu objetivo sempre foi permitir que as associações beneficiárias destes fundos não ficassem prejudicadas por quaisquer falhas procedimentais, bem como assegurar a prossecução dos seus projetos”, justifica.

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Mayan Gonçalves já tinha anunciado a demissão da presidência da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. Também já fez saber que estará fora da corrida eleitoral interna.

Rui Rocha, por sua vez, já manifestou o “repúdio total” pelos factos que envolvem Tiago Mayan Gonçalves, que seria seu opositor nas próximas eleições internas da Iniciativa Liberal. Rocha já anunciou a abertura de um processo disciplinar no sentido de “apurar as responsabilidades e as consequências” e, no limite, admitiu que pode estar em causa a “expulsão” do partido.

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