O Governo Regional dos Açores aprovou a resolução que cria o “Passe Açores 9 ilhas”, que vigora apenas no inverno IATA, para promover a mobilidade dos residentes pelo arquipélago, revelou esta quinta-feira o vice-presidente do executivo.
“É um passe de cariz intermodal aéreo e marítimo, de utilização única e é uma medida complementar à Tarifa Açores, que tem como objetivo a mobilidade dos residentes pelas nove ilhas do arquipélago, fomentando a proximidade entre açorianos e o efetivo conhecimento de todas as ilhas por parte dos residentes nos Açores”, disse Artur Lima.
O vice-presidente do executivo açoriano, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada, na apresentação das deliberações do Conselho do Governo, que se reuniu na quarta-feira, nas Furnas, no concelho da Povoação, na ilha de São Miguel, acrescentou que o “Passe Açores 9 ilhas” é utilizável “apenas no decorrer do inverno IATA [que decorre entre 27 de outubro e 29 de março], para exatamente combater a sazonalidade” na região.
A medida consta do Programa do Governo PSD/CDS-PP/PPM e permite um total de oito passagens a partir da ilha de residência, combinadas entre avião e barco.
“É uma medida de grande alcance para a economia e para a mobilidade dos açorianos e para nos conhecermos mais. Eu até diria de coesão social”, admitiu.
As regras do “Passe Açores 9 ilhas” vão agora para publicação, sendo que cada açoriano pode fazer oito viagens e “escolhe o trajeto que quer fazer”: “A pessoa faz a combinação que quer, sendo certo que o conjunto das viagens marítimas e áreas tem de ser oito viagens“.
Questionado pela Lusa sobre o custo da tarifa para o utilizador, Artur Lima disse que “é o custo da Tarifa Açores”, uma tarifa regional que permite viagens aéreas a 60 euros (ida e volta) interilhas para residentes.
O Conselho do Governo aprovou também a resolução que delega na secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, as competências para tomar a decisão de contratar e autorizar a despesa referente à empreitada de remodelação da cobertura em chapa metálica da aerogare do aeródromo da ilha de São Jorge, com o preço base de 700 mil euros (+ IVA) e um prazo de execução de 120 dias.
“A corrosão da chapa metálica da cobertura da Aerogare do Aeródromo da Ilha de São Jorge, as patologias/infiltrações daí advenientes e o desconforto térmico criado pelo lanternim executado em desconformidade com o projeto, exigem uma intervenção célere face ao agravamento dos danos e o perigo que tal representa para os utilizadores e equipamentos daquela infraestrutura aeroportuária, para além de se traduzir em consumos adicionais de energia por ineficiente isolamento da envolvente”, segundo o comunicado do Conselho do Governo Regional.
O investimento nas infraestruturas aeroportuárias é “fundamental e estratégico para a região, impulsionando fortemente a coesão territorial e a sustentabilidade da economia do arquipélago”, reconhece o executivo açoriano liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.
Foi ainda aprovada outra resolução que autoriza Berta Cabral a aprovar uma redução de 50% das tarifas aplicáveis aos navios de cabotagem que escalem, semanalmente, portos “que movimentam anualmente menos de 3.000 TEU (unidade de medida equivalente a 20 pés) de contentores cheios”.
A medida “vem potenciar o transporte marítimo de mercadorias entre as ilhas da região, promovendo as trocas comerciais e a dinamização do comércio de produtos perecíveis”.
Com a medida, o executivo açoriano pretende “garantir escalas semanais dos navios de cabotagem insular, em todas as ilhas da região, reduzindo em 50% as tarifas aplicáveis aos navios que escalem semanalmente portos que movimentem menos de 3.000 TEU de contentores cheios por ano”.