“Os dados estão lançados” na Efacec e o que resta ao atual Governo “é acompanhar o processo e esperar que o Estado recupere o máximo do valor que lá colocou”, assumiu Pedro Reis, ministro da Economia, que está a ser ouvido no Parlamento, no âmbito da discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025.

A uma pergunta de Filipe Melo, do Chega, que recordou a auditoria do Tribunal de Contas que apontou que a nacionalização da Efacec falhou todos os objetivos e pode, até, ficar mais cara do que o previsto, o atual ministro começou por fazer o elogio ao seu antecessor que decidiu a venda da Efacec à Mutares.

Estado gastou mais para vender Efacec e conseguir um maior retorno, mas correu mais riscos

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“Tenho o maior respeito pelo meu antecessor. É bom que continue a haver gente disponível [para o Governo], gente que não precisava da política e que não passa pelo governo para ser algo mais”, admitindo que nesses casos ir para o Governo às vezes é “bastante ingrato e violento”. Mas António Costa e Silva “é uma pessoa de bastante valor”.

Dito isto, sobre o processo em si, Pedro Reis assume: “Os dados estão lançados”. E continuou: “Se eu tinha feito intervenção? Não. Se teria demorado o tempo a executar a decisão? Certamente que não”, mas “agora temos de respeitar o modelo seguido e a credibilidade do Estado perante investidores externos”.

Concluiu, por isso, que “é muito ambicioso o Estado recuperar dinheiro”. Mas, então, o que há a fazer? “Acompanhar o processo e esperar que o Estado recupere o máximo de dinheiro que lá colocou”.

Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, insiste no tema para perguntar se o Governo vai fazer uma auditoria à Efacec. “Se consideramos fazer auditorias para termos respostas”, numa resposta “genérica” Pedro Reis admite que “consideramos sempre”. Mas sobre a Efacec, “se é uma prioridade? Penso mesmo que o crucial da empresa é fazer reestruturação e deixar e cumprir o que foi acordado, mal ou bem, com o investidor. A negociação foi a que foi, criaram-se expectativas e compromissos, fazer o roll back é que seria tremendamente negativo para os mercados”.