O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, anunciou esta sexta-feira que o Património Cultural já fechou o caderno de encargos que permitirá a recuperação do Padrão de São Lázaro, em Guimarães, monumento nacional que foi destruído em julho deste ano.

O anúncio foi feito em Guimarães, distrito de Braga, junto ao local onde está colocado o Padrão de D. João I, também conhecido como Padrão de São Lázaro, ou de Aljubarrota, onde o líder centrista apresentou um diploma no parlamento para proteção do património nacional e combate ao vandalismo.

“Relativamente ao Padrão de São Lázaro, o Património Cultura IP [Instituto Público] já terminou o caderno de encargos que permitirá a recuperação e restauro deste monumento, num esforço que é de grande complexidade, mas que permitirá que o que foi assim lesado, possa ser recuperado e de novo ficar disponível para a fruição pública”, disse Nuno Melo, aos jornalistas.

Questionado sobre quando é que o monumento nacional vai estar recuperado, o presidente do CDS-PP afirmou que isso não é neste momento o mais importante.

“O relevante é saber-se que o Património Cultural já fechou o caderno de encargos, que a senhora ministra da Cultura e o Governo estão mesmo preocupados com o que aconteceu, e que, por se tratar de um trabalho de grande complexidade, os trabalhos serão feitos com todo o tempo que for necessário, porque importante é que na recuperação deste património, o monumento possa ser reconstituído, eu diria na sua proximidade do seu original”, defendeu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sobre os custos do caderno de encargos, Nuno Melo respondeu não ter essa informação, sendo “o que menos interessa” para si, pois o valor do monumento é inquantificável.

“Porque o valor que um monumento destes encerra é inestimável, não é quantificável. Estamos a falar de um monumento que grava em pedra uma data maior ligada à independência nacional. Houve muitos portugueses que morreram para que Aljubarrota fosse uma vitória portuguesa. E haver quem se permita destruir um monumento destes é simplesmente inqualificável e indigno da convivência social”, sublinhou o líder do CDS-PP.

Nuno Melo lembrou que, “imediatamente após a tragédia” da destruição do Padrão de S. Lázaro, o CDS-PP apresentou na Assembleia da República um voto de condenação do ato de vandalismo, que foi aprovado.

Afirmando que o partido “não pode ficar indiferente” ao que aconteceu com este monumento nacional, avançou com um diploma para preservar os monumentos históricos.

“É importante que o Estado tenha, e com este Governo está a ter, noção e vontade de criar mecanismos que ajudem à identificação, à guarda e à preservação destes bens inestimáveis do nosso património coletivo. E por isso, o Grupo Parlamentar do CDS apresentou um diploma que visa a salvaguarda, a identificação claríssima e a participação de várias identidades com mecanismos que depois ajudarão à proteção destes bens”, adiantou o líder centrista.

O diploma, que contempla, nomeadamente o uso de videovigilância, vai permitir “um amplo debate parlamentar”, segundo o presidente do CDS-PP, que optou por não entrar em detalhes sobre o documento.

Em 31 de julho, o ministério da Cultura lamentou “profundamente” “o ato de vandalismo” praticado sobre o Padrão de D. João I e anunciou que enviou uma equipa para avaliar os danos e diligenciar sobre a recuperação do mesmo.

Num comunicado divulgado naquele dia, a tutela afirma que “face à gravidade da situação, o Património Cultural/Instituto Público operacionalizou a deslocação de uma equipa técnica a Guimarães, no sentido de avaliar, não apenas os danos materiais causados ao cruzeiro derrubado e fragmentado, mas também para diligenciar sobre as condições da sua recuperação e ponderar estratégias futuras de salvaguarda”.

“Os fragmentos foram, entretanto, recolhidos pela Câmara Municipal de Guimarães”, adiantou o ministério.

A PSP tomou conta da investigação às circunstâncias da destruição do monumento.