A Câmara de Lisboa pretende apresentar “brevemente” um novo regulamento municipal do horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, nomeadamente os noturnos, anunciou, esta segunda-feira, a vereadora com o pelouro da Economia e da Inovação.

“Irá rapidamente a reunião de câmara, estamos a organizar-nos e é uma das questões fundamentais e uma das minhas prioridades“, afirmou Joana Oliveira Costa.

A autarca falava numa audição conjunta da 1.ª e da 2.ª comissões da Assembleia Municipal de Lisboa, a propósito da proposta de orçamento da cidade para 2025, no valor de 1.359 milhões de euros.

A questão do horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais que funcionam nas zonas de diversão noturna, e do ruído provocado, foi levantada pela presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS), deputada municipal por inerência do cargo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A qualidade de vida tem sido prejudicada pelo crescimento desregulado da noite, temos problemas de segurança no Cais do Sodré e na frente ribeirinha. Não há vontade para os mitigar”, afirmou a autarca.

Em resposta, a vereadora da Economia e da Inovação reconheceu que existe um problema na “economia da noite” e um “desequilíbrio” entre a atividade dos estabelecimentos noturnos e a qualidade de vida dos moradores dessas zonas.

“A economia da noite foi agravando e nós não temos qualquer tipo de ilusão sobre esse desequilíbrio, quando se fala na questão do ruído medido dentro dos estabelecimentos. Essa é uma das questões que temos acautelado neste novo projeto“, assegurou Joana Oliveira Costa.

A autarca referiu que o novo regulamento municipal do horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais será “essencial para clarificar” algumas questões que atualmente podem levantar dúvidas.

“É uma maneira de tentar clarificar a questão do ruído, tornar as normas mais claras e como é que os estabelecimentos comerciais devem estar capacitados e dotados”, referiu.

Durante a audição, na qual participou também o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), a liderança do executivo municipal destacou ainda a importância do turismo para a cidade e da taxa turística.

Este é o último orçamento municipal deste mandato (2021-2025), proposto pela gestão PSD/CDS-PP, sob presidência de Carlos Moedas (PSD), que governa Lisboa sem maioria absoluta. Se for aprovado, será executado em ano de eleições autárquicas.

Os primeiros três orçamentos da liderança PSD/CDS-PP foram aprovados devido à abstenção do PS, tendo a restante oposição – PCP, BE, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) – votado contra.