Muitas vezes é nos momentos mais “descontraídos” que se sabem pormenores que, colocados no seu todo, fazem toda a diferença. “Ao todo foram investidos nas três fases da Cidade do Futebol 90 milhões de euros. A primeira fase custou 22 milhões mas aos preços de hoje ficaria por 50″, confidenciava Fernando Gomes, líder da Federação Portuguesa de Futebol, durante a apresentação oficial do livro “Cidade do Futebol – Espelho do Futebol do Futuro”, de João Marcelino (textos), Diogo Pinto (imagens) e Nuno Martins (grafismo). “Agora, não há espaço para mais. Quanto muito plantar mais umas árvores mas não muitas…”, acrescentava António Laranjo, coordenador do projeto técnico da candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos à organização do Mundial-2030 e também da construção da fase 3 da Cidade do Futebol.

Como ficou expresso desde início, por mais títulos europeus e mundiais ganhos pelo futebol, futsal e futebol de praia nacionais ao longo dos últimos 13 anos (entre muitos outros feitos inéditos em termos desportivos), a Cidade do Futebol está acima de tudo como expoente máximo da concretização de uma visão. Agora, no mesmo dia em que foi oficializado o acordo entre a Federação e a Puma depois de uma longa ligação à Nike, naquele que era um dos raríssimos contratos que ainda esteve por definir no futuro a médio prazo, foi inaugurada a Arena Portugal, uma infraestrutura para todas as seleções de futsal com um recinto com uma bancada com capacidade para 24o pessoas que irá também receber as novas instalações do Canal 11 e terá ainda mais 136 lugares de estacionamento, nove balneários, 38 painéis solares, 20 quilómetros de tubagens e mais de 80 quilómetros de cabos elétricos entre um total de 2,5 milhões de quilos de aço.

“A inauguração deste espaço marca a terceira fase da Cidade do Futebol. A infraestrutura tem muito a ver com o trajeto que fizemos em termos da prestação desportiva no futsal, com a conquista do Campeonato da Europa e do Campeonato do Mundo. É um espaço para que as nossas seleções possam desenvolver o seu talento, um espaço primordial para o desenvolvimento do talento. Vai ser uma infraestrutura multifuncional, com vários eventos, para celebrar a igualdade. Vai levar o futebol das nossas seleções seniores, as nossas seleções jovens e femininas, de futebol de praia, a toda a nação, para acompanharem o desenvolvimento das nossas capacidades. Este evento é exemplo disso, a celebrar a igualdade do género no âmbito da política das Nações Unidas”, salientou Fernando Gomes antes do encontro inaugural “One Humanity Match”.

“Aqui serão também as instalações do Canal 11, para levar cada vez mais longe a nossa atividade e das nossas seleções, de futebol, futsal e futebol de praia. Não posso deixar de salientar também a colaboração da Câmara Municipal de Oeiras, na pessoa do seu presidente Isaltino Morais, que foi de uma ajuda e clarividência inexcedíveis. Tudo isto foi construído com fundos próprios, sem nenhum dinheiro público, mas com a ajuda das instituições que nos ajudaram sempre, a UEFA e a FIFA, que construímos esta obra. Será um orgulho enorme, esta estrutura é o futuro, só quem não sonha e não perspetiva é que pode duvidar o que vai proporcionar a muitos jovens, raparigas e rapazes. É um orgulho imenso abrir esta Arena imbuído do espírito do fórum das Nações Unidas na luta pela igualdade do género”, acrescentou o líder da FPF, antes de serem projetadas nos ecrãs as mensagens de Gianni Infantino (FIFA) e Aleksander Ceferin (UEFA).

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“É um edifício bem conduzido, bem projetado. É muito difícil imaginar o trabalho que deu. Estamos disponíveis, e em negociações, para que outras federações e organizações desportivas tragam o desporto para a nossa cidade. É preciso grande empenho para desobstruir uma série de obstáculos e formalidades que é necessário cumprir”, referiu Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, que trouxe também uma “revelação”: “Fernando Gomes deixou marca na FPF e no futebol português. Quem lida mais próximo com ele, é que se apercebe da sua resiliência, do entusiasmo, do esforço e do amor que teve na sua função. É do Porto, do Norte, mas mercê do seu trabalho e da sua colaboração, merece ser cidadão de mérito do concelho de Oeiras e terá o nome de uma das principais avenidas deste concelho”.

“É deslumbrante, dá realmente vontade de saltar ali para dentro e dar uns pontapés na bola. Todo o país tem de sentir-se assim perante esta obra. É um espaço multiusos que vai ser aproveitado para a promoção do desporto de uma forma mais abrangente. Enquanto Governo, temos a obrigação de reconhecer o esforço que tem vindo a ser feito pela FPF. É importante que se diga: tudo isto tem vindo a ser construído com capitais próprios da Federação. Evidentemente com os apoios da UEFA e da FIFA, mas resulta essencialmente do esforço da própria Federação. Só redobra o mérito de quem conseguiu levar a bom porto esta empreitada. Enquanto governante, cabe-me agradecer o serviço que a FPF está a fazer ao país, com mais esta obra”, destacou Pedro Duarte, ministro da Presidência que tem a tutela do Desporto.

“Enquanto governante e membro do Governo de Portugal, tenho de reconhecer, homenagear e agradecer aquilo que tem vindo a ser feito pela FPF, por todos os seus protagonistas e dirigentes, em prol do futebol, do desporto e da sociedade. É um equipamento de excelência, é uma obra que respira modernidade. Fernando Gomes é o exemplo de credibilidade e empreendedorismo. É um homem desassossegado permanentemente. A sua vontade de querer fazer mais e de ir mais longe é um farol paradigmático no nosso país. Espero que o trabalho de Fernando Gomes e da FPF seja um exemplo para todo o país. Se conseguirmos dar passos neste mesmo sentido, não tenho dúvidas que este país vai crescer e vai crescer muito”, acrescentou.

Seguiu-se o “One Humanity Match”, um jogo que juntou atuais e antigos atletas de modalidades como o futebol, o futsal, o futebol de praia, o judo, o voleibol ou a natação entre outros, com nomes como Pepe, Nani, Bruno Alves, Fábio Coentrão, Ricardo, Hélder Postiga, Eder, Bebé, Naná, João Marçal, Pedro Cary, Bárbara Timo, Rochele Nunes, Nuno Delgado, João Pinta, Madjer, Miguel Maia ou Nuno Laurentino, entre outros. Já depois da apresentação do livro “Cidade do Futebol – Espelho do Futebol do Futuro”, António Laranjo organizou algumas visitas guiadas pelos dois edifícios da Arena Portugal com grupos de convidados. Antes, mais uma confidência de Fernando Gomes sobre FPF no dicionário interno: “Fazermos Pessoas Felizes”.