Como se um 2024 de má memória não pudesse fechar de outra forma, o dia pediu mais um reajuste das peças reais por motivos de saúde. Ainda a recuperar de uma infeção do peito, Camilla esteve ausente da agenda matinal desta terça-feira, mas esperava-se que a Rainha se reunisse com a cúpula do clã no banquete realizado no Palácio de Buchingham. Sem surpresas, o protagonismo recaiu sobre uma ilustre regressada. Desde o diagnóstico de cancro, a princesa de Gales tem retomado aos poucos os compromissos públicos, e esta terça-feira elevou a fasquia de aparições com a primeira receção de Estado após as notícias da recuperação favorável.

Coube a Kate Middleton e ao príncipe William associarem-se ao cortejo de boas vindas que acompanhou a deslocação do emir do Qatar, Xeque Tamim bin Hamad bin Khalifa Al-Thani e de Jawaher bint Hamad bin Suhaim al-Thani, a primeira das suas três mulheres, desde uma residência não identificada na capital britânica até ao encontro com o próprio soberano, Carlos III, aguardando-os a esperada parada militar.

Sempre sorridente, incapaz de desapontar no campeonato da elegância, a princesa manteve-se fiel a uma escolha habitual, reciclando aliás uma combinação que não é inédita: Sarah Burton para a McQueen assinou o longo casaco num dos tons da estação, para um look monocolor que homenageou o país acolhido, numa alusão à bandeira do emirado. Se o styling foi rematado com o toque de chapelaria de Sahar Millinery, botas Gianvito Rossi, luvas, e mini carteira Chanel no mesmo tom, a pedra de toque são as peças de joalharia que pertenceram a Isabel II e reforçam a tradição: o conjunto composto pelos brincos de pérolas Bahrain e pela gargantilha em pérolas japonesas, um set usado por Middleton no funeral do duque de Edimburgo, em abril de 2021, e um dos preferidos de Diana, a anterior princesa de Gales.

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© Getty Images

Tradicionalmente, o herdeiro do trono e o respetivo par devem receber os dignitários que realizam uma visita de Estado ao país, acompanhando-os rumo à habitual Horseguards Parade, para uma receção oficial do monarca. Desde que William se tornou príncipe de Gales que o casal tem desempenhado esta missão, mas em junho passado, com Kate ainda a receber tratamento, a princesa não conseguiu participar da receção ao imperador do Japão. Para esta terça-feira, moderando a sua agenda, previa-se que não fosse ao banquete de Estado. Em todo o caso, este deverá ser o mês mais agitado para a princesa, que já esta sexta-feira será a anfitriã do seu concerto anual de cânticos natalícios, “Together at Christmas”, na Abadia de Westminster.

A visita do emir do Qatar ganha por este dias duplo relevo. Por um lado, trata-se da última visita oficial neste palácio antes de Buckingham entrar em obras, uma intervenção que se prolongará até 2027 — os futuros chefes de Estado deverão ser recebidos e hospedados no Castelo de Windsor. Por outro lado, lembra o The Times, a visita é vista como “fundamental para as relações internacionais do Reino Unido.”, com um porta-voz de Downing Street a confirmar ao jornal que no mês passado, por telefone, o primeiro-ministro Keir Starmer agradeceu ao emir “pela liderança do Catar nas negociações de cessar-fogo e os seus esforços contínuos para garantir a libertação de todos os reféns” capturados pelo Hamas.

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