A fabricante automóvel Stellantis caiu 6,30% na Bolsa de Milão esta segunda-feira, após a demissão do seu presidente executivo, Carlos Tavares, e numa altura em que o grupo regista dificuldades económicas.

No encerramento da sessão, às 18 horas locais, as ações da Stellantis fixaram-se nos 11,75 euros, o que se traduz numa queda de 6,30%.

O grupo automóvel, ao qual pertencem marcas como Citroën, Peugeot, Opel, Chrysler, Maserati e Fiat, anunciou no domingo a demissão de Carlos Tavares “com efeitos imediatos”, um ano e meio antes de terminar o seu mandato, em 2026.

O anúncio surge após tensões entre Tavares e o Conselho de Administração do grupo, num contexto de fracos resultados financeiros.

Como a corrida de Carlos Tavares na Stellantis chegou ao fim. “Quando perdemos o controlo do veículo não digam que é por culpa da mecânica”

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Depois de tomar conhecimento da demissão, políticos italianos solicitaram que o presidente do Conselho de Administração e ex-chefe da Fiat, John Elkan, que chefiará a Comissão Executiva temporária do grupo, vá ao Parlamento para esclarecer o futuro da empresa em Itália.

A Stellantis, que absorveu a Fiat em 2021, possui vários complexos industriais em Itália, onde há meses implementa paralisações e cortes de produção, o que tem preocupado os funcionários.

Há dias anunciou a suspensão da produção de carroçarias durante 15 dias em dezembro no principal complexo industrial em Itália, a fábrica de Mirafiori em Turim (norte), devido à incerteza nas vendas de veículos elétricos em vários mercados europeus.

Com o anúncio da saída de Tavares, o grupo indicou que o processo de nomeação do novo presidente executivo permanente “está bem encaminhado, gerido por um Comité Especial do Conselho, e será concluído no primeiro semestre de 2025”, acrescenta o construtor automóvel, que tem uma unidade em Mangualde (distrito de Viseu).