Que partidazo! Com a LaLiga mais relançada do que nunca, primeiro e segundo classificados, com os mesmos pontos, defrontaram-se este sábado na Catalunha. Frente a frente estiveram um Barcelona em crise e um Atl. Madrid em crescimento, duas equipas que tinham a liderança isolada no horizonte, assim como o… Real Madrid, que só joga no domingo, mas entrou para esta jornada com menos um ponto. O desafio acabou por sorrir aos colchoneros, que estiveram a perder, mas alcançaram um importante triunfo na última jogada (1-2).

Quis o destino que o clássico que encerra o ano de 2024 fosse essencial para as contas da liderança. Há algumas semanas, o cenário parecia altamente improvável dada a vantagem que o Barcelona abriu na liderança e os tropeções do Atl. Madrid, que era dado como praticamente afastado da discussão. O líder imparável transformou-se numa equipa em queda e sem confiança, que entrava em campo com duas derrotas em casa, frente as Las Palmas (1-2) e Leganés (0-1). Assim, o regresso ao Olímpico de Montjuic servia para fazer as pazes com os adeptos e dar uma estocada no rival.

Já o emblema madrilenho entrava em campo com um jogo a menos — assim como o Real Madrid — e à procura de manter os resultados positivos. Há algumas semanas, a equipa de Diego Simeone parecia não conseguir terminar acima do terceiro lugar, mas as dúvidas começaram a dissipar-se nos fracassos dos rivais e, em mês e meio, o rojiblancos ganharam dez pontos ao Barça, fruto de uma espectacular série de 11 vitórias consecutivas.

Olhando aos onzes iniciais, Hansi Flick — que cumpriu o segundo e último jogo de castigo e foi substituído no banco por Marcus Sorg — surpreendeu com a inclusão de Gavi, com Dani Olmo e Ferran Torres a regressarem ao banco de suplentes. Essa alteração fez com os blaugranas entrassem em campo com uma média 21 anos no meio-campo, algo pouco visto em jogos de cariz elevado — Casadó (21 anos), Pedri (22), Fermín (21) e Gavi (20). Nos colchoneros, Cholo Simeone confiou nos mais experientes, optando por manter Álvarez e Griezmann no ataque, com Gallagher e Giuliano a jogarem por fora. Lenglet, que chegou a ser dado como dispensável, acabou o ano como titular num clássico.

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Como seria de esperar, o Barcelona entrou dominador e não precisou de muito tempo para se instalar no meio-campo do Atl. Madrid. Na primeira ocasião de golo, Raphinha apareceu com perigo dentro da área, mas o remate acabou por sair contra Gallagher (4′). Pouco depois foi a vez de Fermín cruzar a bola para dentro da área, mas ninguém apareceu em zona de perigo e Oblak parou a jogada (12′). Na primeira vez que subiram no terreno, os colchoneros criaram perigo, com a bola a entrar nas costas de Balde e Giuliano a servir Griezmann, mas Iñigo Martínez antecipou-se (18′).

Os blaugranas continuaram mais ofensivos e, em mais uma jogada conduzida por Raphinha, Gavi apareceu com perigo ao primeiro poste, mas cabeceou para fora (26′). Curiosamente, foi através de um jogada pelo outro flanco, o esquerdo, que os catalães chegaram ao golo, numa jogada que teve Pedri a conduzir, a combinar com Gavi, que o serviu com um toque primoroso de calcanhar, e a finalizar perante a saída de Oblak (30′). A partir daí, os madrilenhos subiram a linha de pressão e terminaram o primeiro tempo perto de marcar, depois de Iñaki Peña ter falhado a saída da baliza a um cruzamento de Galán, mas Iñigo viria a emendar (45′).

Na segunda parte, o Barcelona voltou a entrar com tudo e, na primeira oportunidade, Fermín apareceu isolado, mas permitiu a defesa a Oblak (48′). Já com Witsel em campo no lugar do lesionado Giménez, a defesa colchonera continuou a conceder muito espaço e, num desses lances, Pedri recebeu solto de marcação dentro da área e atirou por cima (55′). No lance seguinte, o espanhol serviu Raphinha que, com um chapéu a Oblak, acertou em cheio na trave (57′).

Talhada para as transições rápidas, a formação de Diego Simeone chegou ao golo do empate dessa forma, no primeiro remate que fez à baliza (60′). Depois de um cruzamento da esquerda, Casadó falhou o corte e colocou a bola à mercê de De Paul que, com um remate cruzado à entrada da área, bateu Peña. Com o jogo relançado, Barrios falhou na cara do guarda-redes catalão (78′) e, na resposta, o recém-entrado Dani Olmo ficou a centímetros do golo (80′).

Nos derradeiros minutos, Raphinha voltou a isolar-se pela direita, só que perdeu o ângulo de remate e permitiu que Oblak fechasse a baliza (86′). O esloveno continuou em grande e, no lance seguinte, parou uma finalização de Pedri na pequena área (87′). A 20 segundos do fim, De Paul recebeu ainda no seu meio-campo conduziu e esperou a desmarcação de Molina. O argentino cruzou para o interior da área e, completamente sozinho, Sorloth encostou para o 1-2 (90+6′). 18 anos depois, o Atl. Madrid venceu em casa do Barcelona e Simeone ganhou pela primeira vez em casa do rival.