2024 será um ano para Gabriela Dabrowski mais tarde recordar. A tenista canadiana, que se notabiliza na vertente de pares, começou por atingir a segunda final de um torneio WTA 1.000 no Open de Miami e venceu o Open de Nottingham na primeira metade da temporada. Com Erin Routliffe chegou pela segunda vez à final de Wimbledon, perdendo para Katerina Siniaková e Taylor Townsend (2-0), o que lhe valeu a histórica subida ao terceiro posto do ranking de pares. Seguiu-se a presença olímpica e a conquista do bronze nos pares mistos em Paris. Nas WTA Finals, a dupla venceu todas as partida e levantou o troféu pela primeira vez em Riade, o que permitiu a Dabrowski tornar-se na primeira canadiana a conquistar a prova.

Contudo, foi já no final do ano que Dabrowski revelou publicamente a notícia mais mediática da sua temporada. A canadiana foi diagnosticada com cancro de mama em abril e adiou uma parte do tratamento para disputar o torneio de Wimbledon e os Jogos Olímpicos. “Sei que será um choque para muitos, mas estou bem e vou ficar bem. A deteção precoce salva vidas”, explicou através de uma publicação nas redes sociais.

Gaby revelou ainda que não efetuou qualquer partida em abril e maio devido a uma cirurgia, o que a levou a “saltar” a temporada de terra batida. Em junho regressou aos courts e atrasou “ligeiramente o tratamento adicional” para estar em Wimbledon e Paris. “Parece tudo surreal. Durante muito tempo não estava preparada para me expor à possível atenção e perguntas. Queria entender tudo e tratar das coisas em particular com as pessoas mais próximas de mim”, contou, acrescentando que agora tem uma “melhor compreensão” sobre o tratamento e os efeitos colaterais.

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Nesta partilha, Dabrowski explicou ainda que descobriu um caroço pela primeira vez no segundo semestre de 2023, antes de vencer a Billie Jean King com a seleção canadiana. Inicialmente, a tenista foi aconselhada a não dar importância ao caroço, mas o caso acabou por se agravar e, um ano depois, soube que tinha cancro através de um exame. “A minha mentalidade mudou de ‘Tenho de jogar ténis e não desperdiçar as minhas capacidades’ para ‘Tenho a oportunidade de fazer isto’. Agora acho muito mais fácil desfrutar de áreas da minha vida que antes considerava um fardo pesado”, sublinhou.

“Havia muitas incógnitas e tanto para aprender . Atualmente, estou num lugar onde tenho uma melhor compreensão do meu tratamento, dos efeitos colaterais e de como controlá-los. As minhas intenções ao partilhar um pouco da minha experiência são enfatizar a qualidade de vida que se pode manter quando o cancro é detetado precocemente, quando se tem acesso a médicos e outros profissionais de saúde altamente qualificados e dedicados à sua arte, quando cuida do seu bem-estar mental, físico e espiritual, e quando se rodeia de pessoas que realmente apoiam”, acrescentou.