A Rússia, que sempre esgrimiu o seu estatuto de grande potência militar, tem hoje a sua reputação pelos dias da amargura. Não só não consegue dominar a Ucrânia, que se defende com bravura com restos de armamento fornecido a conta-gotas pelos europeus e norte-americanos, como ainda se vê obrigada a recorrer às tropas da Coreia do Norte, cujos militares parecem desertar mais rapidamente do que disparam e que mais facilmente teriam direito a figurar numa guerra do Solnado. O mais recente exemplo deste “poderio” militar russo é a deslocação de soldados, armados até aos dentes, em… trotinetas eléctricas.
As imagens das tropas russas em deslocação vertiginosa (a 25 km/h) foram divulgadas através de um vídeo das A30B, as brigadas Azov, sendo possível ver três militares ao serviço de Putin nos arredores de Toretsk, uma cidade industrial no leste da Ucrânia. Os militares são apenas três, eventualmente porque não havia mais trotinetas disponíveis na altura, para o que pode ter contribuído os ucranianos terem decidido utilizar um destes novos veículos de ataque para esconder a bomba colocada à porta de casa do General Anatolyevich Kirillov, o responsável pelas armas químicas, biológicas e nucleares dos militares russos.
Se as trotinetas eléctricas têm sido cada vez mais usadas pelas tropas invasoras, os ucranianos têm optado pelas motos eléctricas do fabricante local Delfast para colocar snipers em posição de atacar os soldados russos, tendo ainda adaptado um dos modelos mais potentes para transportar um NLAW, um lança mísseis anti-tanque que têm utilizado com grande eficácia. Isto está de acordo com as declarações do coronel Pavlenko Kryzheshevskyi das brigadas Azov ao New York Times, a quem admitiu que era mais fácil liquidar um grupo de 15 homens num veículo blindado (especialmente quando já não há muitos disponíveis do lado russo) do que a mesma quantidade de militares em pequenas e baratas trotinetas. Contudo, neste caso, basta um ou dois ucranianos com uma metralhadora para realizar o “serviço”, em vez de um bem mais caro e difícil de transportar rocket ou morteiro.
As imagens do A30B mostram os russos a deslocarem-se a velocidade muito reduzida numa estrada onde os buracos são uma constante, com os militares de Putin a demonstrar pouca destreza e um ainda um menor controlo da “potente” máquina, ao não evitar um trambolhão. Toda esta movimentação de tropas foi acompanhada por um drone que registou tudo a partir do ar, inclusivamente o momento em que foram abatidos. O vídeo, que pode ver abaixo, mostra ainda ataques com drones a tanques e outros veículos blindados, além de a soldados russos entrincheirados, a correr ou protegidos por estruturas.