A taxa de abandono escolar desceu em 2015 para 13,7%, informou o Instituto Nacional de Estatística. Trata-se do valor mais baixo de sempre e traduz uma redução importante relativamente a 2014. Se considerarmos a evolução dos últimos anos, o abandono escolar caiu para quase metade em cinco anos, passando de 23% em 2011 para os 13,7%.

Esta taxa mede a percentagem da população, entre 18 e 24 anos, que não concluiu o ensino secundário e que não recebeu qualquer tipo de educação ou formação no ano de referência. No fundo mede o abandono escolar no final do ensino básico.

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O Ministério da Educação, numa nota distribuída depois de conhecidos estes números, assinalou a “evolução favorável desta taxa que, entre 2014 e 2015” e considerou que eles reforçam “a possibilidade de cumprimento do desígnio de alcançar, em 2020, um nível não superior a 10% de abandono escolar precoce”. Essa meta é a que consta da agenda “Estratégia da Europa para a Educação 2020”, defendida pela Comissão Europeia nesta matéria.

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Já Nuno Crato, que foi ministro da Educação no período em que se registou esta redução acentuada do abandono escolar, considerou, em declarações ao Observador, que se trata de “uma redução encorajadora” e de um “progresso notável”, pois ainda há cinco anos parecia difícil alcançar os objetivos da “Educação 2020”.

O ex-ministro lembrou ainda que esse progresso “foi obtido no decurso de uma série de anos em que o sistema se tornou mais rigoroso e exigente e em que as avaliações em final de ciclo foram sendo reforçadas”. Para ele isso mostra que “os progressos conseguem-se com exigência, não com laxismo”.

Nuno Crato acrescentou outros fatores que considerou importantes, como “o esforço dos diretores e professores e o maior acompanhamento dos pais”, que considera ter beneficiado de “um sistema mais aberto e com muito mais informações disponíveis ao público”. Sublinhou também “a criação de vias vocacionais, que conseguiram recuperar milhares de alunos em dificuldades e garantir-lhes o progresso escolar”.

O antigo responsável coincide com o Ministério de Educação ao destacar também o sucesso do alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano, uma decisão tomada ainda no tempo de José Sócrates. Considera porém que para esse sucesso contribuiu “um programa integrado de recuperação dos alunos, dando mais créditos horários e mais autonomia às escolas”, medidas tomadas durante o período

Já o Ministério da Educação, na sua nota, refere que “a aposta deste executivo, conforme inscrito no Programa do Governo, define justamente como objetivo prioritário ‘o combate ao insucesso escolar e a garantia de 12 anos de escolaridade’. Torna-se, assim, evidente um retomar das prioridades definidas por anteriores governos no setor da Educação, linha de continuidade essa que será prosseguida e aprofundada neste mandato.”