Decorre a esta hora a apresentação oficial do novo smartphone da Samsung, o Galaxy S7. O evento acontece com pompa e circunstância no Mobile World Congress (MWC) em Barcelona, o grande evento anual dedicado à apresentação das novidades tecnológicas das principais marcas de dispositivos móveis (com exceção da Apple).

O Observador foi um dos poucos meios que teve acesso antecipado às novidades da marca sul-coreana, a maior fabricante de smartphones do mundo. Estivemos no hotel St. Pancras em Londres, na passada segunda-feira dia 15, para conhecer em primeira mão os dois grandes destaques que a Samsung apresenta este domingo no MWC: os novos smartphones Galaxy S7 e S7 edge e a nova câmara Gear 360, que promete popularizar o vídeo 360º.

Samsung Galaxy S7 e S7 edge

Os sucessores do Galaxy S6 e S6 edge têm agora apenas em dois tamanhos: o Galaxy S7 (flat) tem um ecrã de 5,1 polegadas e S7 edge tem 5,5 polegadas. É um telemóvel grande mas quando o temos na mão a diferença nota-se pouco – em particular o S7 edge, o Samsung com o ecrã curvo nas margens laterais, está ergonomicamente muito bem construído.

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Comparativamente com as versões anteriores, os novos Galaxy S7 apresentam um design refinado, com materiais que facilitam a dissipação do calor, resistentes à água e ao pó, têm uma melhor performance (processador octa-core a 2.3 GHz com 4 GB de RAM) pensada e otimizada para os videojogos, com novas soluções introduzidas pela Samsung na adaptação do sistema operativo Android 6. Vai ser possível, por exemplo, inibir notificações ou gravar um jogo.

Além disso, passam a ter uma entrada de cartão externo para expansão da memória de armazenamento, com um detalhe interessante: o cartão micro SD (até 200 GB) entra no mesmo slot do cartão SIM, ou seja, os dois cartões entram na mesma ranhura. É menos uma porta de entrada num aparelho de onde não é possível remover a bateria, que aumentou de capacidade: 3000 mAh no S7 e 3600 mAh no S7 edge. Ao contrário do que apontavam alguns rumores, a Samsung não seguiu a tendência do mercado e manteve a ficha micro USB, em detrimento do novo sistema USB-C (ficha reversível).

Tal como acontece com praticamente todos os modelos topo de gama, o elemento a que é dado mais destaque é a câmara fotográfica. No primeiro impacto, a evolução pareceu-nos contraditória: de 16 MP de resolução nos modelos S6, passam agora a ter 12 MP. Mas como nos explicaram os responsáveis da Samsung, neste caso menos é mais. A câmara dos S7 tem uma abertura maior (F 1.7) e os píxeis têm o dobro do tamanho, um conjunto que é 56% mais sensível à luz que o S6. A demonstração foi feita ali mesmo, na sala de testes, onde os técnicos instalaram uma câmara escura e compararam a câmara do S6 com a do S7. No novo Galaxy, não só o ruído de luz (nos negros) é praticamente inexistente como a focagem automática é surpreendentemente rápida, quase impercetível. A lente da câmara ocupa agora menos espaço, ou seja, está bastante menos sobressaída que no S6 (veja no vídeo abaixo).

A adaptação que a Samsung fez ao Android 6 acrescenta novas funcionalidades à barra lateral do S7 edge. Quase apetece dizer que, finalmente, o ecrã lateral passa a ser mais que um detalhe de elegância. Tem agora duas filas, permite atalhos diretos para mensagens ou emails com destinatário predefinido, acesso a compasso, régua e lanterna, bem como acrescentar contactos, organizar itens em pastas e apresentar notificações de notícias (estas novas funções também estarão disponíveis nos modelos S6 edge, quando o sistema operativo for atualizado, uma operação que a Samsung diz já estar em curso).

Em modo standby, o ecrã principal permite a função “Always On” (sempre ligado), que dá acesso a vários menus, tais como relógio, agenda e outras funções personalizadas. Os responsáveis da Samsung garantem que esta opção consome menos de 1% da bateria por hora. Veja na fotogaleria acima alguns exemplos.

Os novos Galaxy não são máquinas revolucionárias, longe disso, são uma atualização de um dos modelos topo de gama Android mais bem-sucedidos do mercado. Já a nova câmara 360, pode bem ser capaz de desviar algumas atenções.

Gear 360

A Samsung quer democratizar o acesso ao vídeo 360º. A declaração é taxativa e explica-se de forma simples: criaram um aparelho compacto, fácil de utilizar e barato – o preço não foi revelado, mas deverá ser inferior ao do smartphone e deverá estar no mercado antes da primavera.

Basicamente, é uma bola que cabe na palma da mão. Tem duas lentes de 15 MP que captam, cada uma, um ângulo de 180º. Ligada por Bluetooth aos Galaxy S7, S6 e Note 5, permite juntar as duas imagens e criar uma fotografia, timelapse ou vídeo com 360º. Mas esta ligação não é obrigatória, a Gear 360 trabalha sozinha, tem uma ranhura para cartão de memória e pode ser ligada a um computador que corra o sistema operativo Windows – a aplicação para o OS da Apple estará disponível mais tarde. Além disso, pode optar por usar apenas uma câmara, o modo 360º não é obrigatório.

A ligação da Gear 360 com os equipamentos Galaxy permite a partilha direta das imagens para as redes sociais, aproveitando as ferramentas de vídeo 360º do YouTube e do Facebook.

E fica assim anunciado o ecossistema Galaxy: smartphone, câmara e oculus, um conjunto que permite tirar proveito das potencialidades do vídeo 360º. Testámos uma demonstração da ligação entre os três elementos e ficámos bem impressionados.

No vídeo que se segue, fique a conhecer as nossas primeiras impressões dos modelos S7 e S7 edge, da aplicação Samsung Pay (ainda não disponível em Portugal) e da nova câmara Gear 360.

O Observador viajou a Londres a convite da Samsung.