O presidente do Sporting disse esta quinta-feira que o Benfica fez uma “campanha tremenda” para que Slimani não jogasse o dérbi de sábado e salientou que a pacificação no futebol não se faz com “hipocrisia nem com falsas filosofias”.

“Se tentaram durante meses que o Slimani não jogasse, ao menos que se remetessem ao silêncio porque este tipo de hipocrisia roça ao ridículo. Uma coisa são rivalidades e outra é tocarmos o ridículo. E não vale a pena. O Benfica não queria que o Slimani jogasse”, afirmou Bruno de Carvalho.

O presidente do Sporting falava aos jornalistas na cidade da Praia, no quadro de uma visita a Cabo Verde, alguns dias depois de o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, ter pedido que nenhum jogador dos ‘leões’ fosse castigado em vésperas do dérbi da 25.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, no sábado.

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol tem em mãos um processo disciplinar no qual o avançado argelino é visado por uma alegada agressão ao grego Samaris, do Benfica, num encontro da Taça de Portugal, disputado a 21 de novembro de 2015.

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Bruno de Carvalho disse que tudo o que for para pacificar o futebol é “sempre perfeito”, mas salientou que a pacificação “não se faz com hipocrisia nem com falsas filosofias”, mas sim encarando o futebol como ele é, com rivalidades, emoções e um espetáculo que gera polémicas.

“O Benfica, se o Sporting pudesse jogar só com um jogador, ficava feliz. Felizmente, vamos jogar com os nossos jogadores e vamos ficar à espera, porque continuo a dizer que todo este assunto Slimani e o seu desfecho vão demonstrar se o futebol português está a querer evoluir ou se está a querer regredir porque é uma situação absolutamente ridícula, que já deveria estar resolvida e sem castigo”, continuou.

Bruno de Carvalho fez um apelo para que as atenções sejam concentradas no jogo dentro das quatro linhas, mas afirmou que não é politicamente correto nem hipócrita. “E não gosto que os outros sejam”, sublinhou.

“Não vale a pena, a partir do momento em que foi feita uma campanha tremenda, a todos os níveis avassaladora para que o Slimani fosse castigado”, reforçou Bruno de Carvalho, lembrando que a nível regulamentar isso já não era possível porque mesmo que fosse aplicado um castigo ao Slimani, o Sporting iria meter um recurso que teria efeito suspensivo.

“Não podemos querer ser os arautos do moralismo quando somos os primeiros a utilizar os jogos de bastidores para tudo”, concluiu o presidente ‘leonino’, esperando, porém, que o jogo de sábado com o Benfica seja “um bom espetáculo e que corra tudo bem”.