A infância

“Serei sempre um rural transplantado, sinto-me muito bem no campo. Quando, miúdo, vinha a Lisboa com os meus pais achava graça ao elevador do hotel e à vida da cidade. Mas depois achava aberrante a ideia de Lisboa passar a fazer parte da minha vida todos os dias. Sentia-me enclausurado.” — Notícias Magazine, 2014

“Nasci numa família de melómanos. A minha mãe tinha o curso superior de piano (tenho um desgosto tremendo por não ter aprendido) e, desde miúdo, tive noção da minha voz. Quem me ouvia dizia que eu cantava muito bem. Mas, claro, na minha família, a profissão de artista não era bem-vista, mas fui crescendo e a vontade própria também. Por isso, aos 9 anos, em Lisboa, começo a ter aulas de canto com os grandes professores da altura. Recordo um amigo do meu pai, cantor, que tendo ouvido a minha voz sentenciou: ‘És abençoado pela natureza.’ E eu, não sendo obsessivo nem fanático, sou teimoso. Sabendo que estava decidido a ser cantor de ópera, o meu pai aconselhou-me então uma preparação em teatro. Entrei então no Conservatório, para chegar à conclusão de que a ópera não era para mim. (…) As leis da ópera são de alta competição: não beber, não fumar, não apanhar sol, ter cuidado com a alimentação, não namorar muitas meninas. Foi quando disse: ‘Nem pensem nisso.’ Eu queria viver.” — Notícias Magazine, 2014

— Lembra-se dos primeiros dias em Lisboa?

— “Lembro-me daquela coisa estranha que era abrir a porta e não estar na terra. E de ter uma caixa que era um elevador, que subia e descia. Nos primeiros dias era engraçado, mexia nos botões todos. Mas depois cansei-me. Era um animal de campo, estava habituado a levantar-me às seis da manhã e ir para o campo com o meu avô.” — Sábado, 2005

As mulheres

“Sou tímido. Ainda hoje, para atravessar um café, vou de cabeça baixa. O meu humor, a minha constante brincadeira, eram uma maneira de vencer a timidez. Nunca tentei perceber o que é a minha timidez. Se entrar num sítio onde não conheço ninguém, e sei que as pessoas me conhecem, ainda fico à espera que venham falar comigo.” — Público, 2010

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“Tinha 13 ou 14 anos [aquando da iniciação sexual, com uma empregada] e já estava em Lisboa.”— Público, 2010

— Quando é que se apaixonou a primeira vez?

— “Não me lembro…”

— Não se lembra?

“Lembro-me mas não sei o nome dela. Mas onde é que a conheceu? Na missa. Acho que falei com ela uma vez ou duas, devo ter dito bom dia, boa tarde. Era uma rapariga lindíssima, cabelo louro, olhos azuis. Uma paixão platónica. E no teatro, tinha muitas namoradas? Umas quatro ou cinco, no mínimo. Ao mesmo tempo? Como é que geria isso? Era um gasto de energia enorme. O meu pai tinha uma frase excelente: “Fazes caridade sexual”, dizia-me. Realmente, às vezes não me apetecia nada… Mas não sabia dizer que não.” — Sábado, 2005

“Até aos meus 20 anos, dar a mão a uma menina era uma coisa orgástica.”— Sábado, 2005

— Casou-se pela primeira vez aos 25 anos e a relação acabou durante a lua-de-mel.

“Estive casado poucos dias. Foi um total disparate da minha parte. Já disse várias vezes que peço as maiores desculpas a uma pessoa que feri por inconsequência. Porque é que quis casar? Fiz muita coisa na vida que ainda estou para perceber porquê.

O que é que lhe deu para acabar assim, na lua-de-mel?

— “Pensei que era melhor acabar logo ali do que mais tarde.” — Sábado, 2005

A profissão

“Quando dizem que a nossa profissão é 30 por cento de talento e 70 por cento de trabalho, é ao contrário. Doa a quem doer. E provo. São 75 por cento de talento e 25 por cento de trabalho. Os 75 foram-me dados por Deus, não tenho por que ser orgulhoso. É-se orgulhoso do que fazemos, do que produzimos.” — Público, 2010

“Um actor pode ser bom ou mau sendo cerebral ou emotivo. Quando estou a dirigir, se um actor me dá aquilo que quero, se me está a transmitir uma emoção, se me está a contar uma história, não quero saber como chegou a isso. Só conta que ele me emocione, me surpreenda.” — Público, 2010

— Tem um personagem preferido?

“Não. É como perguntar a um pai de que filho é que gosta mais. De todos extraí qualquer coisa de bom, que me agradou e deixou saudades. Às vezes alguma coisa era má, mas a malta com quem trabalhei era óptima.” — Público, 2010

— O que queria era ser cantor de ópera?

“Sim. Nunca tinha pensado ser actor. O meu pai disse que a ópera era uma arte cénica e que tinha de ir para o Conservatório para aprender teatro e juntar as duas coisas. Comecei a perceber que não tinha coragem para manter aquela disciplina… A vida de um cantor de ópera é como a de um bailarino. O que se come, o que se bebe, o sol que não se apanha. Não era isso que queria aos 20 anos. Entretanto o Conservatório começou a tomar conta de mim, e cá estou.”— Público, 2010

“É uma coisa que nasce connosco. Ou se tem ou não tem. Não se aprende a representar. (…) Depois há aqueles que são fora de série e os outros. Quantos atores espantosos terão escolhido outras profissões? No meu caso quando pensei começar a representar, teria uns doze anos.” — Correio da Manhã, 2013

— Qual é a primeira coisa que diz aos seus alunos?

— “Faço-lhes sempre a mesma pergunta: querem ser atores ou querem ser conhecidos? E depois explico-lhes: és bonito ou bonita, fazes umas fotos, entras em dois reality shows e está feito. É mais barato, dá menos trabalho e podem ir embora.” — Notícias Magazine, 2014

“O meu percurso é estranho. Os professores do Conservatório rotularam-me de ator dramático. Decidi fazer o exame final com uma comédia e, dois dias depois, o Vasco Morgado quis falar comigo, convidou-me para uma peça. Fiquei então 20 anos a fazer comédia. Nos anos 1980, surgem as telenovelas portuguesas e faço um papel dramático. Resultado: fiquei 20 anos a fazer drama.”— Notícias Magazine, 2014

— Histórias do teatro?

“Há uma linda com a Laura Alves. Estávamos a fazer uma peça e a secretária diz que a Laurinha queria falar comigo. ‘Lá fiz asneira’, pensei. Queria que a acompanhasse ao enterro do avô do Humberto Madeira, e quando a Laurinha queria, não havia como fugir. Chegou à capela, de óculos escuros, lenço preto e míope como um rato, às cegas. Entrou a cumprimentar as pessoas. Chega ao caixão, deposita as flores, reza, destapa a cara do morto e ouve-se: ‘Ai filho, que não é este, enganei-me’. E saca das flores. ‘Era só o que me faltava deixá-las aqui.’ Muitos anos depois, lembrei-me desta história. A Alina Vaz foi ao enterro da minha avó e às tantas perguntou-se: ‘Porque será que a avó do Nicolau conhece tantos chineses?’ Estava no enterro do dono do restaurante Macau.” — Notícias Magazine, 2014

— Sr. Feliz e o Sr. Contente?

“O sektch tornou-se viral. A popularidade era indescritível. Num espetáculo no Porto, no Palácio de Cristal, e eu e o Herman tivemos de sair por uma janela e entrar no carro da polícia, tal era a loucura. Com esse sketch nasço como ator de televisão.”— Notícias Magazine, 2014

— Onde foi encontrar o Herman?

“Ele estava a tocar baixo numa banda e a fazer teatro. Um dia vi-o, achei-o um miúdo com muita graça, de tal maneira que quando surge o Feliz e Contente assumi a responsabilidade da escolha. Falaram-me em vários atores, mas eu quis aquele miúdo. (…) Um dia disse-lhe «é altura de voares» e ele começou a voar, e muito alto.” — Notícias Magazine, 2014

— Como surge a ideia da Vila Faia, em 1982?

“Não tendo nada contra os brasileiros e o seu trabalho, estava um pouco cansado da ideia de que eles eram os bons e que nós não prestávamos. Achava isso uma imensa injustiça e, um dia, pensei: «Porque não fazer uma novela?» Mas sem ajuda do Thilo Krassman e o apoio de dois loucos – a Maria Elisa e o Daniel Proença de Carvalho, então presidente da RTP – não teria sido possível. Não havia nem produtora, nem atores, nada. Fez-se um casting, apareceram duas mil pessoas, escolhi algumas, meti-me – eu e o Francisco Nicholson, coautor do guião – com esses atores numa garagem e durante quatro meses trabalhámos como loucos.” — Notícias Magazine, 2014

“Há um dom, como tem um pintor ou um escultor. Porque é que o Cristiano Ronaldo joga melhor que outros jogadores, quando treinam as mesmas horas? Você tem de fazer um ator a partir do material que tem. Do nada não surgem atores. Surgiram agora muitos atores que vêm por outras razões, porque são bonitos… Não sou contra, pode ser um ótimo ator ou não. Podem chegar de várias maneiras. A diferença é aqueles que ficam e aqueles que acabam por desaparecer. O difícil é ficar, não é chegar ao topo.” — Espalha-Factos, 2013

“A sorte é fundamental. Eu se calhar tive sorte várias vezes, se calhar muitos jovens de agora e pessoas da minha idade tinham sido muito melhores atores do que eu. Uns não foram para o Conservatório, outros não fizeram teatro, portanto não tiveram a felicidade de o ser. A sorte é determinante para a maioria das pessoas. Depois tens que trabalhar. Quando ela aparece, tem que se aproveitar. Foi isso que, pelo menos, tentei fazer. E acho que consegui. Agora, ela teve que aparecer. Quantas pessoas foram descobertas no meio da rua porque aconteceu qualquer coisa?” — Espalha-Factos, 2013

Os excessos

“Deixei de beber quando percebi que estava a ficar um bocadinho dependente da bebida – dependências, não. Comecei a cortar, e aos 50 anos cortei completamente. Bebo de vez em quando um copo de vinho.” — Público, 2010

“A noite em Lisboa tinha aquelas cenas, sempre macacas: andava-se à pancada com as mãos e com os pés, agora é com pistolas e com facas. Faz parte de uma afirmação de virilidade, juventude. É como começar a fumar e deixar crescer o bigode.” — Público, 2010

“Adorava fazer exercício físico, halterofilismo, e batíamos por bater. Fazia parte da diversão.” — Notícias Magazine, 2014

“Assisti a uma Lisboa fervilhante. O prazer que era estar uma noite com o Jaime Mourão Ferreira, a Natália Correia, o David Mourão-Ferreira, o José Saramago… Depois saía dali e ia ter com um grupo dos toureiros, a seguir ia para o mais bas-fond que existia, porque fazia luta livre e conhecia gente desse meio. E ainda podia ir para o meio da minha família, onde se faziam festas à tarde, com meninas a beber cup. Formei-me no meio disto tudo.” — Sábado, 2005

A doença

“O que o cancro me deu foi a certeza de que isto ia acabar mais cedo ou mais tarde. Acelerou a sensação de que a vida tem um fim. Já não há a noção de imortalidade que temos aos 30, 40 anos. O fim está mais próximo do que estava há 10 anos. No primeiro momento é terrível, é uma espécie de pontapé na cabeça.” — Público, 2010

“Um amigo viu umas análises minhas e disse-me que tinha um problema muito grave. Percebi logo o que era. Nunca tinha feito uma análise na vida. Tirando o cancro, sou o gajo mais saudável do mundo. Aliás, cancro, já não tenho. Tenho um coração, uns pulmões, uns ossos, tudo óptimo.” — Público, 2010

“Fiz quimioterapia e nunca tive enjoos, vómitos. Tenho um organismo de antes da guerra [risos], é material muito mais forte.” — Público, 2010

“Quando me disseram que tinha um cancro, a primeira coisa em que pensei foi quanto tempo teria de vida. Ninguém pensa que se vai salvar e os dois primeiros dias, de testes e exames, foram muito complicados. Pensei nas minhas filhas, na minha mulher, na pena que teria de não viver. Eu não tenho medo da morte, tenho pena de não viver. Depois percebi que iria lutar contra aquilo – o cancro é um problema que pode ser controlado – e foi isso que aconteceu. Aceitei, rezei muito, fazendo o possível por inverter a marcha. Passei a relativizar muita coisa.” — Notícias Magazine, 2014

A Política

“Cada vez que me acontece alguma coisa boa materialmente – ganhar mais dinheiro – há sempre em mim um sentimento de vergonha. Penso nas pessoas que naquele momento não sabem se têm dinheiro para almoçar e para dar almoço aos filhos. (…) Tem a ver com o Alentejo, com as pessoas menos protegidas. O meu avô várias vezes tirou as botas para as dar aos pobres, e aparecia descalço em casa. (…) Não sou rico, trabalho como uma besta para poder viver com o conforto que quero. (…) Se me dissessem para todos deixarmos de ter tanto, para mais pessoas terem, estava plenamente de acordo. Cada vez que vejo certos rendimentos fico alucinado. Por exemplo, sou incapaz de gastar muito dinheiro em roupa, e não é forretice. Odeio lojas, odeio consumismo, reclamo contra tudo.” — Público, 2010

“Não quero saber se o PIB subiu ou desceu, quero saber se as pessoas têm condições para viver, se quando estão doentes vão ao hospital e são tratados, se quando têm uma querela com uma entidade os advogados as tratam [como tratam aqueles que têm mais dinheiro do que elas]. A perversidade devia ser esta: um departamento pago pelo Estado, só com grandes advogados, em causas contra o Estado! Sou um anarquista. O Francisco Lucas Pires disse-me que era um anarquista de direita. Por acaso sou mais um homem de centro. Neste momento sou um apátrida político. A lei é uma coisa que me irrita.” — Público, 2010

— Porque é que não foi eleito presidente da Câmara de Serpa?

“Falhei por 1200 votos, o que foi muito bom. Era apoiado por um partido que ainda hoje não tem implantação nenhuma no Alentejo, o CDS/PP, e tinha contra mim um adversário fortíssimo, de quem sou amigo, o João Rocha, que nessa altura já tinha muitos anos de câmara, apoiado pelo Partido Comunista. Esteve quase a ser, mas não foi. A minha visão não me permite ser ministro, secretário de Estado ou deputado. Ser presidente da Câmara é diferente, é a única maneira de agir directamente com as pessoas.” — Público, 2010

“Há muitos anos foi-me oferecido um lugar que não aceitei, como não aceitaria agora. Fui sondado para secretário de Estado da Cultura. (…) Não me ponham atrás de uma secretária, dou em doido. (…) Não tenho perfil, digo tudo o que penso, seria uma desgraça total. Meteria vários Governos em sarilhos de certeza.” — Público, 2010

— O 25 de Abril apanhou-o a dormir…

— “Estava muito bêbedo, graças a Deus. Quando vi os tanques na rua pensei que era uma operação-stop: ‘Que merda é esta agora, este aparato todo?’ E fui dormir. Era de esquerda? Completamente.” — Sábado, 2005

O futuro

“A velhice não é boa, temos de nos habituar a viver com ela. Mas temos alguns direitos adquiridos, e um deles é esse, dizer o que pensamos.” — Público, 2010

“Isso é que é grave: não sinto que estou a envelhecer. É gravíssimo. (…) Claro que fisicamente ficamos diferentes. Profissionalmente não noto diferença. Há tempos que não escrevia coisas de humor e agora estou a escrever. Estou a trabalhar em três ou quatro coisas ao mesmo tempo. Faço-o tranquilamente, sem esmorecimento. Produzo muito mais, muito melhor. Ainda vou ao ginásio (sempre trabalhei com pesos muito pesados e continuo a fazê-lo). Depois há as outras coisas: já tenho de tomar remédios, o que há cinco anos não fazia sentido.” — Público, 2010

“Detesto o Inverno. Muitas vezes digo da vida: ‘Quantos verões me faltam?’. Adorava morrer num daqueles dias chuvosos, feios, com vento, para não ter pena.” — Público, 2010

“Nunca me dei ao trabalho de me definir. É uma coisa altamente restritiva. (…) Nós não somos uma coisa. Nós somos feitos de várias coisas. Pelo menos as pessoas como eu, que viveram várias coisas, que foram casados, tiveram desgostos, tiveram alegrias, tiveram amigos, viveram mortes… Viram-se muitos filmes, ouviram-se muitas músicas. Milhões de coisas. Não me consigo definir. Sou um ser humano. Estou a passar por esta vida, que é uma coisa muito breve, fazendo o menos mal possível às pessoas e tirando da vida o melhor que ela tem. Mais nada.” — Correio da Manhã, 2013

“Acho que tenho de fazer melhor coisas que tenho feito e deixar de fazer outras. Quero fazer mais e melhor. Tenho uma família ótima. Tenho 72 anos e, graças a Deus, tenho saúde. Tive uma porcaria de um cancro que agora está controlado. Tenho uma saúde ótima. Não me queixo de nada. Quero continuar a trabalhar. Até porque não sou rico. Mas sobretudo porque gosto de trabalhar.” — Correio da Manhã, 2013

— Como gostaria de ser lembrado? “Ser lembrado já é bom e a pergunta lembra-me um episódio. Um dia deram-me uma comenda. ‘Para que serve isso?’, perguntaram as minhas filhas. Para ir às festas e para pôr em cima do caixão quando morrer…” — Notícias Magazine, 2014

“Há coisas em que sou muito maduro, é ridículo dizer isto porque tenho 73 anos de idade, e depois há coisas em que sou completamente infantil. Eu acredito, eu tenho sonhos. Como qualquer pessoa da sociedade, sonho com coisas: que nunca fiz ou que gostaria de fazer. Mas há um constante sonho, não há nunca um estar acomodado. ‘Ah, sou um senhor de idade…’, não, nada disso. É raro o dia que eu não tenha uma ideia e não escreva no papel. Umas vão ser feitas, outras nunca serão feitas.” — Espalha-Factos, 2013

“Sou o gajo menos saudosista do mundo. O meu tempo é agora, não há aquela coisa de ‘ah no meu tempo é que era bom’. O meu tempo é o tempo em que nós existimos, por isso este é o meu tempo também. Eu estou sempre atento ao que se faz, de melhor e de inovador.” — Espalha-Factos, 2013

“Graças a Deus, tenho todos os dias tudo para aprender. Tenho uma ânsia de aprender muito grande. Sou muito renascentista. Gosto de ser ator, gosto de realizar, gosto de cantar, gosto de dirigir, gosto de escrever… Eu vivi um ano num barco e adoro barcos. Era ter dinheiro para ter um barco como eu gostaria de ter e ir por aí. Sempre para o sul, para o norte não gosto muito.” — Espalha-Factos, 2013

— Quais são as coisas que lhe dão mais prazer hoje em dia?

“Apanhar sol. Sou capaz de estar horas no monte a apanhar sol. Se não fosse católico, era adorador do sol. O sol é a minha energia. Não gosto destes dias como hoje [, chuvoso]. Se vem um raio de sol eu fico outro. Os pequenos prazeres: ver uma planta a nascer, ver um animal a nascer, são os grandes prazeres da vida.” — Espalha-Factos, 2013

“Nunca remei contra a maré, até porque acho que não vale a pena. E deixei-me embalar nesta aventura que é a vida. Rindo, chorando, vivendo, sentindo. Quanto mais simples, mais eu gosto. É como a comida, quanto mais simples, melhor.” — Espalha-Factos, 2013