“Ressurreição”
Azar dos Távoras para Kevin Reynolds, o realizador de “Ressurreição”, onde Joseph Fiennes interpreta um tribuno romano que, a mando de Pôncio Pilatos, vai investigar o misterioso desparecimento do corpo de Jesus Cristo, três dias após ter sido sepultado. O seu filme estreia-se na mesma altura que a comédia “Salve, César!”, de Joel e Ethan Coen, que contém um “pastiche” de um filme bíblico-piedoso igual a este, que mesmo a brincar lhe é muito superior em realismo. E quem é que consegue olhar para uma destas produções sem desatar a rir, depois dos Monty Python terem feito “A Vida de Brian”? Mas nem sequer são precisas estas duas referências para se perceber que “Ressurreição” é uma série B menor e remediada, um pálido reminiscente das grandes produções do género dos anos 50, como “A Túnica” ou “Ben Hur”. Já não se fazem filmes histórico-religiosos para estrear na Páscoa como antigamente, até as séries de televisão da especialidade dão um bigode a “Ressurreição”.
“Diário de uma Rapariga Adolescente”
Esta primeira longa-metragem “indie” da actriz Marielle Heller, baseada no livro de Phoebe Gloeckner, e passada em São Francisco, nos anos 70, chega dos EUA coberta de encómios da crítica. A personagem principal, Minnie (Bel Powley), é uma adolescente que se inicia no sexo com o namorado da mãe, um calão que passa o dia a fumar erva e a ver televisão, e a voracidade precoce da rapariga, e a facilidade desprendida e descontraída com que a relação entre ambos é tratada, são de uma inverosimilhança a toda a prova. Reforçada pelo que se passa depois da coisa ser descoberta, já que nenhum dos envolvidos fica particularmente afectado pelas consequências, seja emocional, seja psicologicamente. É difícil, para não dizer impossível, empatizar ou ter simpatia por personagens assim. Heller enfeita o filme com algumas sequências animadas e semi-oníricas (Minnie quer ser ilustradora e autora de “comics”), mas tanto faz como fez.
“Batman vs Super-Homem: O Despertar da Justiça”
Depois de ter feito “Watchmen – Os Guardiões” em 2010 e “Homem de Aço” em 2013, Zack Snyder insiste nos filmes de super-heróis com este descomunal “Batman vs Super-Homem: O Despertar da Justiça”, com Ben Affleck agora no papel do Homem Morcego e Henry Cavill a repetir o do Homem de Aço. Gal Gadot surge também, interpretando a Mulher Maravilha. O filme marca o contra-ataque da DC no género, para enfrentar as produções de super-heróis da Marvel, estando também em preparação a série “Liga da Justiça”, bem como fitas específicas para a Mulher Maravilha, Aquaman ou The Flash. “Batman vs Super-Homem” foi escolhido pelo Observador como filme da semana, e pode ler a crítica aqui.