Uma jovem natural de Recarei, em Paredes, morreu a 10 de janeiro de 2013, após ter ido 11 vezes às urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel, ao longo de três anos. Foi observada por sete médicos diferentes e, sem ser submetida a exames, foi sempre diagnosticada com estado de ansiedade, por causa dos estudos. Sara Daniela Moreira, de 19 anos, morreu passados dois dias da última vez que foi às urgências, devido a um tumor de 1,670 quilogramas que tinha na cabeça, nunca identificado pelos médicos.

De acordo com a edição desta terça-feira do Jornal de Notícias, os pais de Sara avançaram com um processo, alegando negligência médica. “Não perdoamos os médicos. Perdemos uma filha que, se fosse tratada, ainda poderia estar connosco”, disseram os pais ao JN.

A história remonta a 2010, altura em que Sara se começou a queixar de dores de cabeça. Na altura com 16 anos, Sara ter-se-á dirigido às urgências daquele hospital, em Penafiel. As dores foram aumentando e às dores de cabeça juntaram-se vómitos, desmaios e dificuldade em conter a urina.

Os médicos chegaram a suspeitar que Sara estivesse nervosa devido a uma eventual gravidez, mas um teste realizado no hospital revelou que não era o caso. “Cheguei a pedir aos médicos para lhe fazerem exames. Mas diziam-me que só andava nervosa por causa dos estudos”, lamenta Maria de Fátima Silva, mãe de Sara.

O Ministério Público abriu um inquérito logo após a morte de Sara, mas, três anos depois, ainda não houve conclusões. Os advogados da família explicam que, devido a não terem sido realizados exames, “ficou comprometido em absoluto o diagnóstico da neoplastia”, e que “uma TAC permitiria o diagnóstico correto, atempado, praticamente sem qualquer margem de incerteza”. O processo, citado pelo JN, explica ainda que “os médicos não atuaram com a diligência que lhes era imposta, agindo deste modo com culpa”.

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