À terceira foi de vez: no primeiro jogo da final do Campeonato de voleibol, o Benfica conseguiu bater o pé ao Sporting na prova, numa partida onde foi mais forte em todos os aspetos de jogo e venceu pela margem máxima de 3-0, no Pavilhão da Luz. Agora, a decisão passa para Alvalade, com os leões a jogarem os próximos dois encontros no Pavilhão João Rocha tentando manter o fator casa ganho com o primeiro lugar na fase regular.

E havia essa curiosidade em relação ao momento das duas equipas: apenas uma semana depois de ter ganho a Taça de Portugal frente ao Castêlo da Maia, o Benfica tinha como missão anular a vantagem verde e branca nos duelos diretos na presente temporada (três vitórias do Sporting, na final do Torneio da Vindimas e nos dois jogos do Campeonato, contra uma dos encarnados, na Taça de Portugal), sabendo que os comandados de Hugo Silva não competiam em termos oficiais desde 11 de março, quando afastaram o Castêlo da Maia em três partidas nas meias-finais. E acabaram mesmo por conseguir protagonizar o dérbi mais desequilibrado até ao momento.

O primeiro set foi marcado pelo equilíbrio, com vantagens curtas do Sporting na maioria do tempo fruto dos ataques do colombiano Agamez (um grande reforço que chegou a meio da temporada) e Iván Márquez na zona central. Os leões terminaram os dois tempos técnicos na frente (6-8 e 15-16), mas o Benfica foi a tempo de inverter o rumo dos acontecimentos com um parcial de 3-0 que colocou os encarnados pela primeira vez no comando após largos minutos (19-18). Na parte final, com Mrdak a brilhar no serviço e a dupla Frederic Winters (experiente canadiano que foi uma mais valia para as águias após chegar também a meio da época) e Zelão a destacar-se no bloco, os comandados de José Jardim ganharam a partida por 25-21.

O Benfica voltou a ser melhor no segundo set, mas com um percurso diferente até ao 25-23 final: os encarnados saíram na frente com vantagens de um/dois pontos nos tempos técnicos (8-7 e 16-14) e, além de estarem muito mais eficazes ao nível do serviço e do bloco, beneficiaram também de alguma desconcentração do conjunto verde e branco, que ficou a protestar um par de decisões mais duvidosas entre bolas na linha e invasões de campo em ataque e foi perdendo fluidez de jogo ofensivo. Ainda assim, os leões voltaram a encostar no rival, anularam quatro pontos de distância e empataram a 20 antes da parte decisiva do parcial, onde as águias voltaram a ser mais fortes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Hugo Silva tentou mexer com a equipa no terceiro set, sobretudo tendo em conta as desvantagens de 8-4 no primeiro tempo técnico e de 12-6 um pouco mais à frente, e a verdade é que o Sporting, já com o distribuidor José Monteiro no lugar de Miguel Maia e a dupla Angel Dennis e Lourenço Martins nas zonas de ataque, ainda conseguiu reduzir a desvantagem (sobretudo na rotação que colocava Kibinho no serviço), mas o Benfica, catapultado não só pelas ações ofensivas de Mrdak e Winters mas também pelas exibições de grande nível do líbero Ivo Casas e do distribuidor Tiago Violas, conseguiu mesmo fechar o último parcial, ganhando por claros 25-18.

https://twitter.com/SCP_Voleibol/status/985174970996264961

A final do Campeonato de voleibol terá agora uma jornada dupla no Pavilhão João Rocha, com o Sporting a receber o Benfica no próximo sábado (dia 21) às 18 horas e, no dia seguinte, às 15 horas. Se os leões vencerem pelo menos um desses jogos em Alvalade, a quarta partida realiza-se na Luz no fim de semana seguinte.

“Foi um jogo entre duas grandes equipas, com os dois primeiros parciais equilibrados. No primeiro set conseguimos sempre manter o equilíbrio apesar de estarmos dois pontos atrás, sabendo a nível de bloco e defesa ter uma grande atitude e organização. Isso, além do serviço, foi muito importante não só aí mas também depois no segundo set. À exceção de uma fase do terceiro set, conseguimos controlar a vantagem e ir marcando pontos que nos deram tranquilidade. Estamos na final do Campeonato e não se constrói uma equipa de um momento para o outro. Entraram muitos jogadores novos que tiveram de aprender o que é o Benfica, a cultura e ambição do clube, para terem o rendimento compatível com a razão pela qual foram contratados”, disse José Jardim, treinador do Benfica há vários anos, na flash interview da BTV após o encontro.

“Não foi um bom jogo da nossa parte, acusámos mais este mês que estivemos parados do que o Benfica que teve ainda dois jogos da Taça de Portugal. Foi um jogo mau, muito atabalhoado da nossa parte e a este nível isso paga-se caro. Nos momentos finais dos sets, com aquilo a que a equipa nos tem habituado, em condições normais e com um ritmo competitivo acima do que foi este jogo podia ter sido um encontro mais equilibrado do que foi”, destacou Hugo Silva, técnico do Sporting.