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Uma locomotiva, um Alfa e um InterFélix em noite de serviços mínimos (a crónica do Benfica-P. Ferreira)

Este artigo tem mais de 5 anos

Não houve propriamente uma greve de futebol na Luz mas a falta de velocidade não permitiu outra qualidade no triunfo do Benfica frente ao P. Ferreira (2-0) que teve três grandes destaques individuais.

João Félix saudade por Seferovic e Alfa Semedo: foi o trio que conseguiu acelerar um jogo marcado pela falta de velocidade
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João Félix saudade por Seferovic e Alfa Semedo: foi o trio que conseguiu acelerar um jogo marcado pela falta de velocidade

Filipe Amorim / Global Imagens

João Félix saudade por Seferovic e Alfa Semedo: foi o trio que conseguiu acelerar um jogo marcado pela falta de velocidade

Filipe Amorim / Global Imagens

Quando o encontro do Benfica frente ao Feirense chegou ao fim, a palavra “deliciar” (verbo transitivo: causar delícia; verbo pronominal: sentir delícia) ganhou outro sentido para Rui Vitória. O técnico encarnado descreveu dessa forma aquilo que tinha visto na segunda parte da partida, valorizando a subida exponencial de rendimento, dinâmica e envolvência em termos ofensivos da sua equipa ao mesmo tempo que secundarizou algo que lhe acontecera antes, quando passou por P. Ferreira por exemplo: um golo sofrido em determinado momento pode deitar por terra uma estratégia de sucesso nos 45 minutos anteriores. No entanto, e no contexto em que tudo aconteceu, entende-se que fosse assim – aquele triunfo valia bem mais do que três pontos.

https://observador.pt/2018/12/05/benfica-p-ferreira-aguias-tentam-chegar-a-lideranca-do-grupo-a-da-taca-da-liga/

Tinha sido uma semana atípica, com 48 horas de tempestade que podem não ter trazido a bonança de forma automática mas que deixaram o futuro a breve prazo bem definido: após a goleada sofrida em Munique diante do Bayern, que eliminou o Benfica da Liga dos Campeões, houve quem achasse (no plano interno, como o próprio presidente assumiu numa rara conferência onde foi direto a todas as questões) que Rui Vitória tinha chegado a um fim de linha mas, de madrugada, Luís Filipe Vieira viu “a luz” e alterou a decisão, mantendo o técnico em nome dos resultados que a estabilidade no comando têm trazido. O triunfo na receção ao Feirense com uma segunda parte a todo o gás foi o primeiro passo para a redenção. Primeiro e só o primeiro. “Os jogadores sabem a importância deste jogo, queremos fazer a ligação ao que fizemos no último sábado”, destacou o treinador.

Ganhando ou perdendo na receção ao P. Ferreira, tudo ficaria em aberto neste grupo A da Taça da Liga, que será definido com a deslocação dos encarnados à Vila das Aves. Todavia, toda a crise que o clube vive(u) apenas pode ser em definitivo debelada com uma série de triunfos consecutivos. Três, por exemplo, como já aconteceu em duas ocasiões na presente temporada; quatro, como ainda não ocorreu. Esse era o grande objetivo dos comandados de Rui Vitória, frente a um P. Ferreira, agora na Segunda Liga, que assumiu sem problemas que todas as atenções estão centradas no Campeonato (onde lidera com oito vitórias e duas derrotas) e que, por isso, iria fazer muitas alterações – contas feitas, foi a equipa toda em relação ao Penafiel…

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Ficha de jogo

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Benfica-P. Ferreira, 2-0

2.ª jornada do grupo A da Taça da Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: António Nobre (AF Leiria)

Benfica: Svilar; André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Yuri Ribeiro; Alfa Semedo, Gedson Fernandes (Gabriel, 77′), Krovinovic; Zivkovic (Cervi, 81′), João Félix e Seferovic (Castillo, 59′)

Suplentes não utilizados: Bruno Varela, Pizzi, Rafa e Jonas

Treinador: Rui Vitória

P. Ferreira: Carlos; Medeiros, Marcos Valente, Rui Correia, Paulo Henrique; Ibrahim, Christian, Vasco Rocha (Uilton, 46′); Andrézinho (Pedrinho, 46′), Fatai (Ayongo, 80′) e Douglas Tanque

Suplentes não utilizados: Marco, Marco Baixinho, Bruno Santos e Diaby

Treinador: Vítor Oliveira

Golos: Seferovic (12′), João Félix (45′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Douglas Tanque (38′), Alfa Semedo (60′)

“O Benfica vai jogar com uma série de internacionais e nós vamos jogar com uma série de nacionais mas não estou minimamente preocupado. Acho que vamos ter um comportamento meritório”, assegurava Vítor Oliveira, o técnico das subidas que começa a desenhar mais um capítulo de sucesso nesse particular (provavelmente para voltar a ser entrevistado pelo The Guardian, que se perdeu pela sua história na última promoção em 2016/17, ao serviço do Portimonense). Foi isso que aconteceu mas os primeiros 15 minutos acabaram por condicionar em grande parte o resto do encontro diante de uma equipa com metade dos titulares a descansar no banco ou na bancada e com Krovinovic a tentar assumir a batuta da equipa no corredor central.

Mesmo sem necessidade de fazer grandes acelerações no último terço, o Benfica teve uma oportunidade flagrante e um golo (que levantou dúvidas) no arranque, entre outras bolas de perigo no seguimento de lances de estratégia. Seferovic, a jogar sozinho no eixo do ataque, começou por desperdiçar uma bola que não costuma falhar isolado na área, descaído sobre a esquerda (remate ao lado), mas não falhou à passagem do 12.º minuto, quando Alfa Semedo combinou bem com Zivkovic na direita e assistiu o suíço para o desvio de primeira na pequena área, perante os protestos dos pacenses que pediram fora de jogo do 14.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-P. Ferreira em vídeo]

O jogo, que já não estava propriamente a coisa mais apetecível do mundo, tornou-se ainda mais morno depois do 1-0. É certo que os pacenses apresentavam uma equipa nova e sem o mínimo de entrosamento, mas tinham sobretudo na falta de velocidade e ligação entre setores a principal pecha para incomodar Svilar, que pouco mais fez nos primeiros 45 minutos do que agarrar uns cruzamentos e colocar a bola em jogo de novo. Já o Benfica, sem muita dinâmica ou sequer vontade de colocar outro ritmo mais interessante na partida, assentava arraiais no meio-campo contrário procurando finalizações na área que iam sendo cortadas pelos centrais contrários. Por norma, essas bolas foram para canto; quando ficou a pingar na área, João Félix apontou o 2-0 – numa jogada iniciada por si de calcanhar, o miúdo rematou de primeira e fez o golo da noite (45′).

A Taça da Liga pode não ser propriamente a prioridade do P. Ferreira mas Vítor Oliveira não gostou do que viu e fez logo uma dupla alteração ao intervalo, lançando Pedrinho e Uilton para ter outra velocidade e capacidade de ligação entre setores. Ainda assim, bastaram cinco minutos para o perigo voltar a rondar a baliza de Carlos Henriques: a defesa dos visitantes demorou a tirar a bola perto da área, o alívio bateu em Krovinovic e Seferovic, de primeira e pé direito, acertou um verdadeiro míssil no poste (50′). Grande movimento do suíço que ficou perto de um dos melhores golos com a camisola dos encarnados e que, ainda antes dos 60 minutos, sairia para dar lugar ao chileno Nicolás Castillo na primeira alteração do Benfica (59′).

O sul-americano não demorou até visar a baliza, num remate que passou pouco por cima, mas antes tinha sido a vez de Svilar aquecer as luvas a remate de Douglas Tanque, num livre frontal em boa posição – e seria essa a única intervenção com relativo perigo em 90 minutos. O jogo parecia estar a animar e foi de novo o suspeito do costume, Alfa Semedo, a dar um “safanão” com nota artística pelo meio: insistiu, recuperou uma bola no corredor central, fez uma grande finta na saída do central pacense mas viu o remate ser travado por Carlos Henriques, que teria depois mais duas intervenções em jogadas dos “ics” que estavam ainda em campo, neste caso Krovinovic e Zivkovic, à entrada para o último quarto de hora do jogo.

Não se pode falar propriamente em greve esta noite na Luz mas o futebol do Benfica, sobretudo pela falta de velocidade e capacidade de acelerar no último terço, teve serviços mínimos. Todavia, dentro desses mesmos serviços mínimos, os pouco mais de 17 mil passageiros que alinharam na viagem da raramente apetecível Taça da Liga (pelo menos enquanto não chega a Final Four da competição, em janeiro) ainda puderam acompanhar uma locomotiva suíça que continua apostada em merecer um lugar no onze sozinho ou ao lado de Jonas na frente, um Alfa que pode dar outra gestão a Fejsa e um InterFélix que descobre linhas mesmo onde elas ainda não existem num caminho que o levará de forma natural à titularidade indiscutível. Com isso, os encarnados ficaram apenas a um ponto das decisões na prova, tendo pela frente agora uma deslocação à Vila das Aves.

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