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Uma vitória que foi o espelho dos acidentados 43 minutos de Petrovic em campo (a crónica do FC Porto-Sporting)

Este artigo tem mais de 5 anos

Após uma primeira parte equilibrada, Sporting acumulou azares enquanto FC Porto crescia no jogo. Petrovic, no limite, a sangrar, aguentou em campo. E o prémio coletivo chegou nos penáltis (3-1).

Sporting conquistou Taça da Liga pela segunda época consecutiva, numa final com muitas contrariedades pelo meio frente ao FC Porto
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Sporting conquistou Taça da Liga pela segunda época consecutiva, numa final com muitas contrariedades pelo meio frente ao FC Porto

Ivan Del Val/Global Imagens

Sporting conquistou Taça da Liga pela segunda época consecutiva, numa final com muitas contrariedades pelo meio frente ao FC Porto

Ivan Del Val/Global Imagens

A Final Four da Taça da Liga foi mais do que as duas meias-finais a meio da semana e o encontro decisivo deste sábado, tendo na Fan Zone montada em Braga uma série de atividades mais informais e outros momentos mais institucionais, como a V Cimeira dos Presidentes ou o I Fórum dos Capitães da Liga. Entre todos esses eventos, esta manhã houve um jogo entre elementos da Rádio Comercial e alguns artistas, daqueles onde o resultado é o que menos interessa e que só o simples facto de não haver lesões já se pode considerar um troféu. Foi lá que o humorista Salvador Martinha também fez a sua flash interview e deixou uma frase que se prolongaria até ao desempate da final: “A esperança sportinguista é a maior energia renovável do mundo”.

Sporting vence FC Porto e conquista Taça da Liga pelo segundo ano consecutivo

Numa só ideia consegue explicar-se a reconquista da Taça da Liga pelo Sporting. De novo depois de começar a perder a final, de novo num encontro com muito sofrimento pelo meio, de novo no desempate por grandes penalidades. Mudou o contexto, mudou o adversário. No fundo, mudou a forma. Mas o conteúdo manteve-se e ganhou redobrada proporção esta noite, quando os leões chegavam aos 90′ com uma ou outra abordagem perigosa mas sem um único remate enquadrado – num lance em que houve intervenção do VAR e reconfirmação de João Pinheiro na TV do relvado, o árbitro considerou que Óliver Torres cometeu falta sobre Diaby (que entrou e não fez mais do que sofrer essa infração…) na área e Dost não falhou o 1-1 nos descontos.

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Depois de uma primeira parte equilibrada, onde houve mais Sporting e menos FC Porto do que no clássico de há duas semanas em Alvalade, tudo começou a correr mal aos leões no início da segunda parte e tudo se colocou a jeito para premiar a melhoria dos dragões no encontro. Primeiro foi André Pinto a ter de sair porque o sangue no seu nariz não estancava, depois foi Petrovic a ser assistido também e a sair a sangrar do nariz. Sair de campo, não de jogo. Poderia ter sido a terceira substituição de Keizer antes dos 60′ mas o sérvio aguentou, com visíveis marcas na face, a jogar numa posição que não é sua, a tentar fazer aquilo para o qual não está talhado. Em sofrimento, a perder lances em algumas ocasiões, a levantar-se na esperança de fazer melhor na jogada a seguir. Foram talvez os 43 minutos mais compridos da carreira de um jogador visto como um patinho feito desde que chegou a Alvalade. O conjunto verde e branco foi como Petrovic; no final ganhou o prémio por tudo aquilo que passou.

Marega e Coates travaram um duelo intenso num jogo de final imprevisível decidido nas grandes penalidades (Gonçalo Delgado/Global Imagens)

Ficha de jogo

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FC Porto-Sporting, 1-1 (1-3, g.p.)

Final da Taça da Liga

Estádio Municipal de Braga

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

FC Porto: Vaná; Éder Militão, Felipe, Pepe, Alex Telles; Herrera, Óliver Torres (Hernâni, 90+4′); Corona (Danilo, 82′), Brahimi; Marega e André Pereira (Fernando Andrade, 64′)

Suplentes não utilizados: Casillas, Mbemba, Manafá e Bruno Costa

Treinador: Sérgio Conceição

Sporting: Renan Ribeiro; Ristovski, Coates, André Pinto (Petrovic, 53′), Acuña (Jefferson, 46′); Gudelj (Diaby, 83′), Wendel, Bruno Fernandes; Raphinha, Nani e Bas Dost

Suplentes não utilizados: Salin, Miguel Luís, Jovane Cabral e Luiz Phellype

Treinador: Marcel Keizer

Golos: Fernando Andrade (79′) e Bas Dost (90+2′, g.p.)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Corona (25′), André Pinto (29′), Acuña (35′), Nani (45′), Felipe (45′), Ristovski (66′), Óliver Torres (68′), Petrovic (86′), Marega (90+3′), Bruno Fernandes (90+5′) e Renan Ribeiro (90+6′)

Não houve grandes novidades nas equipas iniciais e as únicas que existiram deveram-se apenas a questões físicas, as mesmas que viriam a ter um papel determinante numa altura particularmente densa do calendário em que deixou de haver treinos – todos jogam, descansam, recuperam e jogam outra vez. Uma, duas, várias e demasiadas vezes. No lado do FC Porto, o onze foi o mesmo da meia-final de terça-feira com o Benfica, havendo só mudanças no banco de suplentes incluindo no período de aquecimento (Soares sentiu uma indisposição e Danilo saltou para os 18); na equipa do Sporting, André Pinto rendeu o lesionado Mathieu e Dost recuperou em definitivo para começar de início em vez de Luis Phellype. Mas mais do que a curiosidade sobre o “quem joga”, a dúvida entroncava sobretudo no “como joga”. Em alguns momentos, foi semelhante com o que aconteceu há duas semanas em Alvalade, quando os dois conjuntos empataram sem golos; noutros, nem tanto.

Os dragões até começaram melhor na primeira impressão digital deixada nesta final. Pelo posicionamento subido em campo, pela forma como tentaram explorar a profundidade, pela capacidade de condicionar a saída do adversário logo numa fase inicial da construção. Óliver Torres, o omnipresente em quase todas as ações perigosas dos azuis e brancos desde que voltou ao onze devido à lesão de Danilo Pereira, teve o primeiro grande passe nas costas de Acuña a lançar Corona em velocidade mas o cruzamento do mexicano foi cortado para canto por André Pinto (2′). No entanto, de forma paulatina, os leões começaram a crescer no jogo. Conseguiram mostrar personalidade nas transições. Aproveitaram alguns erros dos azuis e brancos.

Nani, numa saída iniciada em Dost que ficou com o holandês a pedir a devolução do passe, teve o primeiro remate à baliza, forte e de pé esquerdo mas ao lado (10′). Pouco depois, numa bola que parecia fácil para o FC Porto, Vaná facilitou, Raphinha acreditou que poderia ainda intercetar o passe do guarda-redes e o ressalto por pouco não trouxe problemas ao habitual suplente de Casillas (15′). Por fim, num lance onde Pepe quis evitar qualquer toque na área mas deu uma bola de borla ao ataque do Sporting, Nani voltou a rematar em melhor posição mas de novo muito por cima (16′). Sérgio Conceição, mais exaltado com a forma como iam decorrendo esses minutos, gritava para o campo e pedia para a equipa estar mais compacta sem bola.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do FC Porto-Sporting em vídeo]

Com essa indicação do seu treinador, o FC Porto voltou a “agarrar” no encontro. Não o controlava, não o dominava, mas tentava ter mais bola e conseguiu o dobro dos ataques de um Sporting onde o plano estratégico para a final continuava a imperar face à ideia de jogo de Keizer, com Wendel em destaque nas saídas ofensivas e Gudelj nas interceções/desarmes. Foi preciso esperar pelo minuto 38 para ver um remate dos azuis e brancos e logo com muito perigo, quando Corona voltou a ganhar pela direita do ataque e cruzou para o cabeceamento por cima de André Pereira, de novo chamado à equipa inicial (e de novo desligado da equipa em muitas fases). A fechar a primeira parte, já em período de descontos, também os leões tiveram a tentativa com maior frisson, quando Bruno Fernandes bateu um livre direto muito perto do poste da baliza de Vaná (45+3′).

A segunda parte começou a partir dos 55 minutos. No relógio do árbitro, da transmissão e dos espetadores houve dez minutos com os ponteiros a correr mas uma série de infortúnios na defesa do Sporting foram interrompendo o encontro: já depois de Jefferson ter substituído Acuña ao intervalo (muito mais para evitar um segundo amarelo do argentino do que pelas próprias características), André Pinto chocou com a cara na cabeça de Marega, ficou com um problema bem visível no nariz e teve de sair porque o sangue parecia não estancar; pouco depois, o seu substituto Petrovic bateu também com a cara na cabeça de André Pereira, ficou a sangrar mas lá teve de continuar em campo, com o nariz torto, trocando de camisola fora das quatro linhas.

Percalços à parte, conseguiu então perceber-se se alguma coisa tinha mudado no jogo. E mudou, nos dois lados e de forma interligada: houve mais FC Porto, mais fiel à sua forma de preparar as ações ofensivas com os movimentos mais interiores de Brahimi, mais exteriores de Corona e outra capacidade de construção da dupla Herrera-Óliver Torres; houve menos Sporting, com problemas em iniciar a construção das saídas rápidas e em ligar setores por Wendel ou Bruno Fernandes. Aos 70′, os leões tinham apenas um ataque contra oito dos dragões, que ainda assim criaram somente uma boa oportunidade e na sequência de uma bola parada, com Renan Ribeiro a defender um cabeceamento de Felipe – e Herrera a não chegar por pouco à recarga (61′). As áreas, não sendo território virgem, tinham sido poucas vezes conquistadas com bola. Remates enquadrados… só um.

Tudo mudou quando o principal herói da meia-final vestiu o papel de vilão: após um remate de Herrera que bateu à frente do guarda-redes mas saiu à figura, o brasileiro não conseguiu encaixar aquilo que parecia fácil e Fernando Andrade, aposta ganha de Sérgio Conceição para chegar ao golo, aproveitou a oferta para inaugurar o marcador a 11 minutos do final, quando o FC Porto estava instalado no meio-campo leonino perante uma equipa sem capacidade de reagir que funcionaria por estímulos até aos 90′. Ou melhor, até aos 90′ mais descontos: depois de um lance de perigo “inventado” por Nani mas mal concluído por Bas Dost, João Pinheiro foi confirmar na câmara do relvado uma decisão do VAR e decidiu assinalar grande penalidade por falta de Óliver Torres sobre Diaby, que motivou protestos por parte dos azuis e brancos. Na conversão, o holandês não falhou e levou as decisões para o desempate por penáltis (porque Raphinha, na melhor oportunidade verde e branca na final aos 90+5′, atirou pouco ao lado da baliza de Vaná isolado na área), que voltou a sorrir aos leões e com o vilão Renan de novo como herói, ao defender uma tentativa determinante de Hernâni que colocaria de forma decisiva o conjunto de Marcel Keizer na frente da corrida.

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